BRINCADEIRA DE CRIANÇA

Pastoral 25.07.10
Por: Rev. Paulo Sergio da Silva


“Portanto,meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”  1 Coríntios 15:58.

De vez em quando relembro o meu passado, sem saudosismo, mas recordando os bons momentos vividos na infância. Lembro-me das brincadeiras com os colegas no recreio da escola ou na vizinhança onde cresci. Nos reuníamos de vez em quando, após os afazeres domésticos e estudos, para jogar bola, empinar pipas ou nadar em um córrego que havia próximo de nossas casas.

Mas nem tudo era alegria, de vez em quando saía algum mal entendido, e se alguém se sentisse prejudicado por qualquer coisa, logo parava de brincar dizendo: “assim eu não brinco mais!” Ia para sua casa e não aparecia mais por algum tempo. Dizia-se entre as meninas que quando alguém se portava assim estava "de mal". Se indagado, dava de ombros dizendo: “não estou nem aí, que se dane”. Criança tem cada uma... As crianças precisam ser ensinadas acerca da vida.

Muitos adultos encaram a vida como se fosse uma eterna brincadeira de criança: irresponsavelmente. Fazem muitas coisas sem pensar, sem planejar, assumem compromissos aleatoriamente, não tem palavra, compromisso, não se pode confiar neles. É assim que muitos perdem seus empregos, casamentos são desfeitos, filhos (e pais) deixam seus lares e seus compromissos, e vidas são destruídas.

No âmbito cristão, infelizmente isso também acontece. Estes estão "de mal" com a vida, com a Igreja, e até com o próprio Deus. Abandonam até dos votos que fizeram a Deus no momento de sua pública Profissão de Fé. Suas atitudes são como frases feitas do tipo: “não estou nem aí...” Meu Deus, quanta infantilidade!

A vida não pode ser encarada e vivida como se fosse uma brincadeira, irresponsavelmente, como algo que eu faço (ou não) de acordo com meu humor, e ninguém tem nada com isso. Temos um nome a zelar, este é o bem mais precioso
que temos perante a sociedade. Como cristãos cremos que iremos prestar contas a Deus um dia, por isso também precisamos cumprir nossos deveres com toda seriedade e honra na Igreja. Servimos a Deus, e não a homens, portanto mais importa agradar a Deus do que aos homens (Atos 5:29), incluindo nós mesmos.

Quando está indo tudo bem é relativamente fácil fazer a obra de Deus, mas ao surgirem desafios e dificuldades, quando somos cobrados e chamados à responsabilidade, se estamos errados e precisamos ser um pouco mais humildes, ou se estamos sob qualquer tipo de pressão, aí é que mostramos se estamos na Igreja para glorificar o nome de Deus e cumprir o Seu chamado, porque Ele nos comprou com o Seu próprio sangue, ou se em nosso íntimo tudo não passa de uma brincadeira, que abandonamos a qualquer momento sem nos importarmos com Deus, com as pessoas e com as conseqüências que nossas ações trarão à Igreja de Cristo.

A conversão legítima faz toda diferença nessa hora, pois se de fato recebemos a salvação e o senhorio de Cristo, tudo muda de figura para nós. A ausência de qualquer membro é sentida na Igreja. Mas por que nem todos sentem falta da Igreja? A grande questão para muitos talvez seja: a quem estamos servindo? A homens, ou a Deus? O apóstolo Paulo, no texto citado, afirma que o nosso trabalho não é em vão quando feito “no Senhor”. Mas se estamos fazendo a obra de Deus com as intenções erradas: para nos aparecermos, para nos sentirmos bem, para dizermos que somos isso ou aquilo, para recebermos elogios, ou por mero costume e religiosidade, então tudo pode perder o seu valor e significado facilmente, como acontece em uma brincadeira de criança.

Sejamos homens e mulheres amadurecidos (as) e firmes no Senhor, constantes e inabaláveis, que fazem a obra de Deus com alegria, amor, zelo, respeito, santidade e temor, e não como crianças mimadas. Um dia iremos prestar contas a Deus; e então, como temos nos preparado?

Um bom final de semana a todos.


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