A ORAÇÃO QUE AGRADA A DEUS

Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
3ª IPB de Barretos / SP
04.07.10 - Culto Vespertino

06.07.10 - Reunião de Oração 

TEXTO BÁSICO – Lucas 18:1-14

EXÓRDIO
Jamais em toda a história da humanidade se viu uma expansão tão grande como o que vemos hoje nas comunicações. Telefone, celular, via satélite, internet, rádio, etc. E cada vez mais aumenta o comércio em torno dos meio de comunicação. TVs de plasma, LCD, LED, etc. Computadores cada vez mais rápidos e modernos, notebooks, netbooks, celular 3G, etc. Se formos comprar um de cada vamos acabar nos endividando.

Mas, a oração é o maior meio de comunicação que existe. Ela é umas das maiores bênçãos que o Senhor nos deu. Através dela nós entramos na presença de Deus e como sacerdotes que somos, falamos com o Altíssimo. Não há nada mais poderoso e eficaz do que comunicar-se com o próprio Criador. Não se pode desprezar essa comunicação tão poderosa. Mas é o que acontece com muitos na atualidade. A alegação de falta de tempo dá lugar à confissão explícita de falta de vontade. E assim a comunhão vai sendo desprezada. Hoje estaremos refletindo acerca deste meio de comunicação tão poderoso quando prazeroso e renovador que é a oração.

EXPLICAÇÃO
As parábolas são figuras de linguagem em que uma verdade moral ou espiritual é ilustrada por uma analogia derivada de experiências cotidianas. As parábolas de Jesus apresentam verdades sobre o reino de Deus em nossa presente era. Tais verdades são chamadas de “mistérios” (Mateus 13:11), porque não foram reveladas no AT, e foram reveladas por Cristo apenas a pessoas apropriadamente relacionadas a Ele (Mateus 13:11-13 e Marcos 4:11-12). Para nós elas tem um valor significativo, pois contém  ensinamentos preciosos do Senhor para as nossas vidas.

ARGUMENTAÇÃO
No texto lido encontramos duas parábolas que ensinam várias lições acerca da oração. Destacaremos aqui apenas três dessas lições que mostram alguns elementos essenciais às nossas orações, elementos essenciais à oração que agrada a Deus.

1 – PERSEVERANÇA (vs. 1-8a)
A oração que agrada a Deus é perseverante. A primeira parábola, a Parábola do Juiz Iníquo, inicia-se com uma introdução muito clara, sobre qual o seu objetivo, qual a lição que aqui será transmitida:  

“...o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (vs. 1).

Já de início o texto sagrado nos diz que a perseverança é um DEVER. Se é um dever, entendemos que quem não persevera está pecando pelo não exercício de sua própria vontade e obediência a Deus. É importante frisar isso porque muitos há que não perseveram e pensam que são vítimas de alguma ação do maligno que seja maior que as suas forças, ou que Deus fosse o responsável por suas falhas, partindo do seguinte pressuposto: se Deus quiser que eu persevere Ele há de fazer com que eu persevere. Essa premissa é diabólica porque coloca o homem contra Deus, e Deus numa posição de erra enquanto o homem, pobre coitado, é a vítima da história. Se Deus colocou sobre nós esse dever, certamente Ele nos capacitará a cumpri-lo, pois é promessa de Deus que ninguém será provado além do que possa suportar (1 Coríntios 10:13).

A perseverança é caracterizada pela insistência. A viúva insistia ainda que aquele juiz iníquo fosse demorado em atendê-la (vs. 4a). Devido à sua insistência (perseverança) aquele homem decidiu julgar a sua causa (vs. 5). Então Jesus faz a aplicação prática da parábola dizendo:
“Considerai no que diz este juiz iníquo. Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” Lucas 18:6-8.

O texto por si já diz tudo. Como pecamos ao pensar que Deus não nos atenderá. Como podemos limitar o Altíssimo? Se por um lado convivemos em um país em que muitas igrejas enfatizam tanto a busca de milagres e soluções de problemas, sem contudo ensinar a sã doutrina, por outro lado carecemos desse tipo de oração que busca incessante ser ouvida por esse Deus de amor a Quem servimos, carecemos desse desejo de sermos abençoados por Ele, não podemos jamais cessar de orar porque Ele parece demorado em nos responder, não podemos esmorecer na oração. O vs. 8a contém uma promessa de Jesus: “Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça.”

2 – FÉ (vs. 8b)
A segunda característica da oração que agrada a Deus é a FÉ. Aqui Jesus faz um alerta a todos nós:  

“quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”

Dentro do contexto entendemos que a perseverança é fruto da fé, ou seja, se falta perseverança é sinal que falta fé. Jesus estava dando uma segunda lição, a de que necessitamos orar com fé, não duvidando mas crendo em Deus que tudo pode.

Ao orarmos precisamos crer que Deus existe, e se Ele quiser pode realizar aquilo que estamos pedindo. Precisamos crer no Deus dos impossíveis, os impossíveis dos homens são possíveis para Deus (Lc 18:27).

“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11:6.

Jesus disse que a mulher cananéia tinha uma grande fé (Mateus 15:28); mas repreendeu os discípulos por causa da falta de fé (Lc 12:28). E quanto a nós? Como nos encontramos diante de Deus? Só Deus sabe quem tem ou quem não tem fé, mas é certo que seremos conhecidos por nossos frutos (Mt 7:16,20).

Cabe a nós buscar ter fé, e assim orarmos do modo como agrada a Deus. Precisamos retirar os obstáculos que possam atrapalhar-nos de vivenciar uma vida de fé. Tenhamos atitude, reação, desejo, ânsias pela fé. Busquemos no Senhor uma fé real e prática, e não apenas a teorização acerca da fé.

“Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé.” Lucas 17:5.

3 – HUMILDADE (vs. 9-14)
Mas além da perseverança e da fé, a oração que agrada a Deus deve ser repleta de humildade. É isso que fica claro em na leitura do texto da segunda parábola, a do fariseu e do publicano. Na introdução dessa segunda parábola, é enfatizado o alvo da mensagem:
“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros”  vs. 9.
 

Aqui o Senhor Jesus ensina com clareza a diferença entre a falsa e a verdadeira espiritualidade. O fariseu orava “de si para si”, a sua oração não era direcionada a Deus, de coração, mas a si mesmo, apesar de que suas palavras eram dirigidas a Deus (vs. 11). A sua pretensa espiritualidade, demonstrada em jejuns, orações e dízimos, não valia de nada diante da sua arrogância. Ele não foi justificado (vs. 14), isto é, perdoado, abençoado por Deus. A sua oração não foi aceita! Deus não se agrada desse tipo de oração carregada de orgulho e soberba, com o disfarce da humildade.

Humildade verdadeira é observada na atitude do publicano, que sequer ousava levantar os olhos, mas mantinha-se retirado, batia no peito e dizia apenas a Deus: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador.” (Vs. 13). Este sim voltou justificado para sua casa. Essa é a atitude correta em nossas orações: humildade, quebrantamento diante de Deus.

O livro de Salmos registra paralelamente o ensino de que é esse tipo de coração Deus não despreza:
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”  Salmos 51:17.

E Jesus completa dizendo que:
“...porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Vs. 14).

A humildade deve ser vivida e praticada antes, durante e depois da oração. Qual tem sido a nossa postura da oração? Será que temos agido e orado semelhantemente ao fariseu ou ao publicano? Deus é o único que pode sondar os corações e mentes, mas cabe a nós buscarmos a iluminação do Espírito Santo pedindo sabedoria e transformação, para que as nossas orações sejam feitas em espírito de humildade diante de Deus.

Lembre que existem aqueles que desprezam ao seu próximo, porque julgam-se melhores do que eles. Foi justamente para esses que Jesus proferiu esta parábola (vs. 9). Diante de Deus somos todos iguais, o pecado nos nivela. E se existe algo de bom em nós é somente pela misericórdia de Deus. Se a presença dEle fosse retirada de nós, não sobraria nada de bom. Portanto, se você é daqueles que se julgam melhores do que os outros, está pecando e as suas orações não tem agradado a Deus.

Busquemos a atitude do publicano, que ao invés de ficar se exaltando diante de Deus, e observando e apontando as fraquezas dos outros, como fazia o fariseu, humilhava-se diante de Deus reconhecendo a sua pecaminosidade e buscava misericórdia de Deus.

CONCLUSÃO
Como temos orado? Se é que temos orado? A oração feita sem essas características não está de acordo com a vontade de Deus. Nesse caso precisamos nos posicionar, tomando a atitude correta, e passando a orar e viver do modo que agrada a Deus.

Certamente isso aponta para um amadurecimento espiritual, o que todos devemos almejar e buscar, de modo que as nossas orações não cessem, mas sejamos cada vez mais abençoados por Deus, de modo que as nossas orações reflitam de fato a nossa espiritualidade.

Deus seja louvado!

S.D.G.


Material de apoio:
- A Bíblia Anotada
- Bíblia de Estudo de Jerusalém

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