ENCARANDO OS PROBLEMAS - A PATERNIDADE CONFRONTADA

Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
 

3ª IPB de Barretos / SP
Culto Vespertino 30.01.11 - até item 1

Culto Vespertino 13.02.11 - itens 2 e 3

IPB de Praia Grande  / SP
Escola Bíblica Dominical 20.02.11

IPB de Belas Artes - Itanhaém / SP
Culto Vespertino 23.02.11 

TEXTO BÁSICO - MARCOS 9:14-29

INTRODUÇÃO

Todos sabemos dos grandes problemas sociais que o nosso país sofre, e que grande parte desses problemas têm origem na desestruturação da família. Famílias sem fundamento e sem estrutura geram filhos problemáticos. O triste quadro de um país rico e belo como o Brasil tem sido manchado pelo consumo incontrolável do álcool, o aumento de dependentes químicos, o avanço do tráfico de drogas, a corrupção generalizada, a violência, etc. Aqueles que deveriam ser os defensores da verdade e da retidão, nossas autoridades, estão comprometidos e sem moral ou respeito. Nos lares não é diferente… São pais que reclamam que seus filhos dão trabalho, mas eles mesmo não dão bom exemplo dentro de casa. Sutilmente a mentira, o engano, a corrupção, o mundanismo invade os lares, destrói famílias, separa casais, tira os jovens e adolescentes da Igreja, trazem a permissividade, a sexualidade precoce, o pecado e os maus costumes. Se estamos em um mundo falido e em processo avançado de auto-destruição, deveríamos no mínimo nos precaver e viver dentro dos princípios do Evangelho. Mas é grande o número de crentes nominais, que dentro da Igreja encantam-se com a doutrina e a teologia, com os hinos e louvores, mas em casa NÃO LIGAM para o pecado. Seja na forma de palavrões e cenas de sexo em filmes e novelas, que são ENGOLIDOS sem restrições até diante de crianças, seja na forma de músicas que fazem apologia ao álcool, às farras e orgias, etc. E isso é só o começo; a verdade é que vivemos uma crise de valores que estão abalando a vida de muitas famílias… Além disso, há aqueles pais que eles mesmos praticam tais males em suas casas. Que tipo de geração há de se esperar daqui a 10 ou 20 anos? Que futuro você está arquitetando para seus filhos? Que tipo de Igreja seremos daqui a algumas décadas? Queremos hoje confrontar a nossa paternidade (e maternidade também).

EXPLICAÇÃO
Já preguei um sermão nesse texto abordando o aspecto da comunhão íntima com Deus, e o poder que essa intimidade produz através da oração. Hoje daremos ênfase ao ponto de vista daquele pai, um pai anônimo que Deus não quis revelar nome ou procedência, visto que Deus é o autor da Bíblia. Esse pai, apesar do anonimato, que muito nos ensina através de sua atitude amorosa e responsável diante de um quadro tão triste e desesperador pelo qual seu filho (e sua família) passava. Sim, pois quando um filho (a) está em crise, a família toda passa por essa crise JUNTOS. E aqui está um exemplo de problema difícil de resolver, um problema sem solução, humanamente falando. Como num filme de horror, imaginamos esse menino terrivelmente possuído por satanás, apavorando não somente a seu pai, mas a todos ali, deixando até os discípulos sem ação (vs.17-18,22a). Só havia um meio, uma pessoa que poderia resolver aquela situação dramática: JESUS!

ARGUMENTAÇÃO
Como enfrentamos as crises nos nossos lares? E como reagimos diante dos problemas que nossos filhos enfrentam? O modo como agirmos definirá que tipo de pais nós somos. Existem vários modelos de paternidade, o mais comum é o do “PAI PRÓDIGO”. Todos nós conhecemos a “Parábola do Filho Pródigo”, mas com certeza já vimos esse modelo de lar em que os pródigos são os pais. São eles que não cuidam de seus filhos, não lhes dão a atenção devida, não lhes dão bom testemunho, como se diz na linguagem popular “não estão nem aí”. Alguns abandonam fisicamente seus filhos, outros estão “de corpo presente”, mas são totalmente ausentes em casa. Diferentemente, este pai age de um modo coerente com a sua paternidade, desempenhando corretamente o papel de um pai temente a Deus. As atitudes desse homem nos ensinam como agir diante das crises familiares. Que atitudes são essas?

1 – ORAÇÃO
“Mestre, trouxe-Te meu filho…” (Vs.17b).
Leve seus problemas a Jesus. Aquele pai, em seu desespero fez a coisa mais certa: procurou ao Senhor Jesus. É isso que devemos fazer: falar com o Senhor Jesus ao invés de ficar murmurando contra tudo e todos.


Como Jesus não estava presente naquele momento porque Ele tinha subido ao monte para orar com Pedro Tiago e João (vs.2). Os discípulos tentaram resolver o problema, mas não conseguiram expulsar o demônio que estava no menino (18b) porque não estavam preparados devidamente para aquela batalha espiritual (29).

Aqui aprendemos duas lições muito importantes.

1.1 – Necessitamos nos conscientizar da batalha espiritual
Precisamos nos conscientizar que muitos problemas pelos quais passamos são armadilhas e ataques do inimigo. Se a Igreja deseja crescer ela precisa se conscientizar que existe uma guerra terrível acontecendo a cada momento, e que aumentando o número de pessoas, aumentam os problemas também. Ninguém está totalmente imune aos ataques do inimigo, ele age de diversas maneiras tentando nos afastar do Senhor e da Igreja. A Igreja é o Corpo de Cristo, e é na Igreja que Ele derrama as Sua bênção e vida para sempre (Sl 133:3b).

O método para vencermos os ataques do diabo é através de uma vida de observância da Palavra de Deus (santificação), regada a oração, e se necessário for, com períodos intercalados de jejum.


Não podemos dar lugar (brechas) para o diabo, a ordem e a promessa de Deus é para resistirmos firmes na fé, e o diabo fugirá de nós. Infelizmente o que vemos é o total despreparo de dezenas de crentes que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda. Vivem dando lugar ao diabo e depois choram as conseqüências.
“Nem deis lugar ao diabo.” Efésios 4:27.
“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4:7.

1.2 – Necessitamos buscar a solução correta
Muitas vezes pessoas estão passando por problemas terríveis e procuram todo tipo de ajuda, menos Jesus. Vão ao médico, mas não ao Médico dos médicos. Vão ao advogado, mas não ao Advogado dos advogados. Ao juiz, mas não ao Juiz dos juízes. Aos psicólogos, mas não ao Psicólogo dos psicólogos. Aos mestres, mas não ao Mestre dos mestres. E assim procuram soluções sem contar com a ajuda de Deus (?). Será isso mesmo? Fazem todo tipo de tratamentos, consultas, etc., mas não oram, não buscam a Deus, parece que não crêem que ele possa resolver alguma coisa. Alguns até partem para o “vamos ver”, as “vias de fato”, brigam, discutem, “vão para o braço”, partem para a ignorância, muitos se envolvem com coisas ilícitas, desonestas, corrompem-se e ainda tem a “cara de pau” de orar pedindo que o Senhor abençoe. Como Deus vai abençoar se estivermos agindo contrariamente à Sua vontade? Certamente Ele é misericordioso, mas não tente a Deus porque Ele é justo, e é fogo consumidor! (Dt 6:16; Lc 4:12; Hb 12:29).

Tantas tentativas, tantas estratégias… Mas nada disso resolve nossos problemas. São paliativos diante da realidade dos problemas que os assolam. Assim como os discípulos, tais estratégias e tentativas não mudam nada.

Precisamos de Jesus, você precisa de Jesus! Ele é a solução real para quaisquer problemas que possamos enfrentar, seja no casamento, na família em geral, na vida profissional e financeira, jurídica, o que for! Infelizmente, para muitos, hoje em dia, parece que Jesus é só uma teoria, alguém que não tem ingerência alguma sobre os problemas de suas vidas. Porque se fosse diferente certamente eles haveriam de buscar-Lo, assim como fez aquele pai. E o Senhor deixa que eles sigam o curso de suas vidas. “…aos que Me honram, honrarei, porém os que Me desprezam serão desmerecidos.” 1 Samuel 2:30b.

A vontade de Deus é que O busquemos.


“Buscai o SENHOR e o seu poder, buscai perpetuamente a sua presença.” 1 Crônicas 16:11.
“Buscai o SENHOR e o seu poder; buscai perpetuamente a sua presença.” Salmos 105:4.
“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Isaías 55:6
“Pois assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei.” Amós 5:4.
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” Jr 29:13.

Levar os problemas a Jesus e o Seu poder é uma atitude de fé e obediência. Faça isso em oração, não despreze a mão amorosa do Senhor, busque-O perpetuamente, creia nEle, invoque-O enquanto Ele está perto, Ele é a fonte de vida, leve os problemas aos pés do Senhor. Mas busque-O de TODO o seu coração!

2 – CUIDADO, ZELO
“Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isso sucede? Desde a infância, respondeu.” (Vs.21).

A pergunta de Jesus é didática, pois Ele sabe todas as coisas. Ele sabia que o menino tinha esse problema desde a infância, o que nos faz imaginar que se trata de um jovem, ou adolescente. Vemos aqui um pai que sofre, mas não desiste, ele cuidou de seu filho. Eu fico imaginando o sofrimento desse pai vendo seu filhinho sofrer sem poder resolver o problema. Os anos se passavam, seu filho foi crescendo, sempre com aquelas manifestações, mas seu pai não o abandonou, não desistiu dele. Essa é a grande lição que aprendemos com esse personagem bíblico.

E é exatamente assim que Deus age conosco, Ele nunca desiste de nós apesar de nossos pecados, apesar de nossas fraquezas. Ele enviou o seu Filho Unigênito para nos salvar, Ele cuida de nós! Ele não nos deixa faltar nada, Ele cuida de nós! Quando estamos caídos Ele nos levanta, quando desanimados Ele é a nossa força, quando feridos Ele nos cura, quando famintos Ele é nosso pão, quando no deserto Ele é a nossa sombra e a nossa água. Deus sempre cuida de nós!

Não importa o que você está passando, SUPORTE AS ADVERSIDADES O TEMPO QUE FOR NECESSÁRIO! Jamais se esqueça que Deus, nosso pai Celestial, jamais falhou conosco, e sempre cuida de nós. Quantos pais e mães abandonaram seus filhos e seus lares assim que surgiram os problemas. Quantos estão presentes em casa, mas os abandonaram emocionalmente e espiritualmente. Cuidemos com carinho de nossos filhos. E cuidemos também de nossos irmãos, sobrinhos, primos, netos… Pais, tios, avós… Pratiquemos também na Igreja esse cuidado mútuo. De graça recebestes, de graça daí (Mt 10:8b).

3 – PERSEVERE COM HUMILDADE
“Ajuda-me na minha falta de fé.” (Vs.24b).

Nosso personagem agora falou algo que demonstrou a sua falta de maturidade e conhecimento (vs.22b), e foi duramente exortado pelo Senhor. Ele questionou o poder e a autoridade de Jesus, algo tão comum no nosso contexto, algo tão particular, pois ainda que muitas vezes passemos por crises de fé, na maioria das vezes essas crises são tão particulares, tão interiores, que não manifestamos isso a ninguém. Assim como Asafe questionou a bondade e a justiça de Deus no Salmo 73, esse homem também questionou Jesus.
“…se Tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.” Marcos 9:22b.

A repreensão de Jesus faz-nos pensar que a razão de não termos diversos problemas solucionados reside em nossa falta de fé.
“Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.” Marcos 9:23.

Deve ter sido duro para aquele pai ser exortado publicamente, e ainda vendo seu filhinho sofrer daquele jeito. Muitas vezes, quando Deus nos repreende, nos desanimamos. Talvez seja por causa de nosso orgulho, arrogância, auto-piedade e auto-comiseração, que também é pecado. Muitos desistem quando são repreendidos pelo Senhor. Basta vir alguma provação e já pensam em desistir. Se forem exortados verbalmente então… Mas na vida daquele homem foi diferente…
Ele nos dá exemplo de humildade e perseverança ao dizer, EM LÁGRIMAS, a Jesus:
“Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” Marcos 9:24b.

Era exatamente isso que ele tinha que fazer, e não ir embora dali revoltado com o Senhor. Se ele assim fizesse o maior prejudicado seria seu filho; mas é isso que muitos pais fazem quando deixam a humildade e seguem o caminho do orgulho espiritual. É isso que muitos servos e servas fazem quando são exortados pelo Senhor, sem se importar naquele momento com as inevitáveis conseqüências que o pecado traz.
Aquele homem reconheceu o seu pecado, não discutiu com o Senhor, não tentou se retratar ou se justificar, mas se humilhou. Ele poderia dizer: “Senhor, se eu não tivesse fé não estaria aqui, se eu não cresse não estaria cuidando do meu filhinho…” Não! Ele simplesmente disse: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!”. Como se dissesse: “Eu creio Senhor, Mas sei que ainda não é o suficiente, sou fraco… Me ajude!” Que humildade, que lição de perseverança!


Sejamos humildes, deixemos de lado nosso orgulho.
“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que Ele, em tempo oportuno, vos exalte.” 1 Pedro 5:6.
“Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exaltará.” Tiago 4:10.

Não sejamos orgulhosos (as), não sejamos arrogantes, não sejamos inconseqüentes… Vale muito mais a pena sermos humildes e suplicarmos a bênção do Senhor em nossas vidas, em nossa Igreja, e em nossos lares, do que nos rebelarmos. Façamos a coisa certa.

CONCLUSÃO
Que tipo de pais (e mães, tios, avós, etc.) temos sido? Como temos enfrentado os problemas da vida? A maior lição desse pai é o AMOR. Foi o amor que o impulsionou na direção correta. Foi o amor que o levou a buscar a Jesus, cuidar de seu filhinho e perseverar naquela hora tão difícil.

Todos temos problemas, mas aquele pai tinha um problema insolúvel, a olhos humanos, mas ele não fugiu, não abandonou, não recuou, ele encarou seus problemas, assumiu sua paternidade, assumiu seu compromisso e lutou, e por isso ele venceu. Devemos lutar sempre, vencer às vezes, mas desistir nunca!
Ao invés de reclamar, murmurar, vamos dar graças a Deus que sempre está conosco, mesmo em meio às provações e dificuldades. E tais situações são instrumentos dEle para nos aperfeiçoar e nos aproximar cada dia mais dele.

A falta de fé nos persegue a todos. Não sejamos orgulhosos, todos temos as nossas fragilidades. Ninguém deve dizer que possui uma grande fé, pois um dos sinais que comprovam que de fato temos fé, é a humildade que emana do Senhor. Quem tem fé imita ao Senhor em tudo que faz. Sejamos humildes, deixemos de lado nosso orgulho.

Jesus é a solução para nossos problemas. Ele mesmo nos concede a direção e os meios para encontrarmos a Sua resposta, mas não deixemos nunca de buscar a Ele em primeiro lugar. Os demais recursos podem até ser bênção nas mãos dEle, mas a bênção dEle é essencial, primordial, indispensável. Busquemos ao Senhor!
Os discípulos não estavam preparados para aquela situação. Muitas vezes nos sentimos assim: fracos, desanimados, oprimidos… Falta-nos mais de Cristo, falta-nos mais de Seu poder. É necessário buscar a Deus em oração, e se for necessário até em jejum, é bíblico! Jesus jejuava com freqüência, Ele nos deu o Seu exemplo!

Pratiquemos a vida de oração.

SOLI DEO GLORIA!!!

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