A PALAVRA DO MESTRE - O CENTRO DO CULTO CRISTÃO

Por: Rev. Nelson França

É curioso e ao mesmo tempo triste, observar a forma de culto ou liturgia usada por muitas Igrejas nos dias atuais. A música, por exemplo, tem tomado grande parte do tempo no culto a Deus. De fato, ela tem sido em muitas Igrejas, comunidades, etc., o ponto alto do momento de adoração. Aliás, para muitos adorar significa cantar. Porém, ADORAR A DEUS é muito mais, vai muito mais além do que simplesmente cantar...

É verdade que a música sempre teve um lugar importante na liturgia cristã. Paulo cantava louvores a Deus em Filipos conforme em Atos 16:25. Em Mateus 26:30, Jesus cantou um hino após instituir a Santa Ceia. Realmente em vários contextos bíblicos o louvor com cânticos se faz presente, porém, a pregação da Palavra é o ponto central no culto a Deus. O momento da pregação é onde Deus fala, e nós nos calamos humildemente para ouvirmos a Sua voz.

Mas nem todos os cristãos pensam assim... Certa vez, conversando com um músico de um grupo de louvor de uma das Igrejas de nossa cidade, ele afirmou que na sua visão a música era o centro do culto, e, que ela por si só era suficiente para a sua edificação.

Contudo, não podemos ignorar que não é somente a música que tem ocupado o lugar mais importante no culto a Deus nos nossos dias. Em muitas Igrejas o discurso pessoal tem tomado o lugar devido da Palavra; o lugar da sã doutrina e do ensino fiel tem sido ocupado pelos pontos de vista particulares de líderes, dos quais, infelizmente um bom número, não foram levantados por Deus, mas, pelo próprio homem. Nesses contextos, o povo muitas vezes admite tais práticas por desconhecimento da própria verdade revelada nas Escrituras.

É notório ainda, que muitas igrejas fazem de seus púlpitos um palco, onde as atrações devem variar de forma que assegurem a atenção dos seus membros. São aquelas Igrejas onde o pastor mais se parece com um animador de auditório, o povo a platéia, e o culto um certo tipo de show. Costumo chamar isso de "circo dos horrores"...

Há também Igrejas onde, em épocas de eleições, os púlpitos se tornam palanques; ali, os discursos políticos em defesa desta ou daquela causa social, sempre visando receber votos dos seus membros, tomam o precioso lugar da pregação da Palavra. Muitos pseudo-pastores fazem uso de seus púlpitos em benefício próprio, através de alianças excusas com políticos. Muitos estão alugando seus púlpitos em épocas de eleições, protituiram-se...

Quantos desvios... Mas, o que aprendemos com toda clareza bíblica é que a pregação e o ensino fiel das Escrituras, sempre ocuparam o lugar mais importante no ministério profético, apostólico e do próprio Senhor Jesus. Que possamos, como uma Igreja consciente da verdade, darmos à Palavra de Deus o lugar que ela já tem por si só: o centro do culto, seja pessoal, individual, no coração, e em conjunto com todo o povo de Deus. E que tenhamos sempre o discernimento necessário para jamais permitirmos que quaisquer outras coisas assumam o primeiro lugar em nossos cultos.

O Rev. Nelson é pastor titular da IPB de Praia Grande / SP.
Extraído e adaptado.

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