A IGREJA E MISSÕES - PROJETO BRASIL-MBOUR (18.10.11)

Olá Queridos(as) Parceiros(as) do

Projeto Brasil-Mbour

Esperamos que todos estejam bem!

“Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.” 2 Timóteo 4:5.

Este tem sido o desejo do nosso coração: ser sóbrio, suportar as aflições, fazer o trabalho e cumprir o nosso ministério aqui. Sustente-nos em oração! Ok?

Vamos dividir nosso e-mail em partes para que você tenha liberdade de ler segundo seu interesse prioritário. Qualquer coisa estamos aqui para explicar melhor.

Nossa Família

Estamos todos bem! A saúde está como a todo mundo, ou seja, todos têm alguma coisa, não é verdade? Mas, temos gozado de boa saúde. Algumas dores aqui, um "croc-croc" ali, e vamos andando. Rsss. Afinal de contas fazia tempo que não usava o serrote, cavadeira e martelo.

Em setembro, eu, Samuel e a Heloísa pegamos conjuntivite. Nas crianças foi bem leve, mas no meu caso foi bem forte. Melhor assim né? Rsss.

As crianças têm se esforçado na escola, e apesar da dificuldade natural, elas têm se saído muito bem. A Clarissa e a Duda têm feito aulas de francês nas terças e quintas à tarde. Eu estou estudando sozinho nas quintas-feiras.

A semana tem sido bem corrida, com várias atividades. Nosso sábado tem sido um alento, onde podemos passar juntos fazendo algo de interesse coletivo. As crianças têm a prioridade na escolha da atividade. Elas estão curtindo, apesar de sentir as diferenças e às vezes manifestar algum sofrimento, pesar diante das diferenças e saudade do Brasil.

Temos falado com os vovôs e vovós toda semana pelo Skype e compartilhado dos acontecimentos e peripécias das crianças. Ajuda amenizar a saudade.

Projeto Brasil-Mbour

O projeto está indo bem no que se refere à Clínica e à Igreja. Já quanto a administração do Projeto Obadias temos tido dificuldades. Ainda não estamos a frente da contabilidade, apenas fazemos os pagamentos e nos faltam recursos humanos e financeiros.

Temos ajudado muitas pessoas e famílias. Pensando em gerar renda ou diminuir gastos futuros com a alimentação das crianças. Nós terminamos o viveiro e o galinheiro; temos plantado alguma coisa na propriedade (melancia, pepino, cebola, tomate, mandioca e abobrinha); estamos fazendo uma estrutura para uma caixa d’água próxima ao poço para ajudar as pessoas que vêm buscar água em nossa propriedade e facilitar o trato dos animais. Fizemos uma estufa para mudas de plantas (tomate e cebola). Estamos com três cabras (um macho jovem e duas fêmeas); três coelhos (um macho e duas fêmeas – cremos que no início de novembro já teremos filhotes); dois galos e cinco galinhas (preciso de ajuda – as galinhas pararam de botar. Alguém sabe o que posso fazer?).

Temos procurado manter a propriedade limpa, tem aparecido muitas cobras (matamos pelo menos duas por semana, fora os escorpiões que de vez em quando aparecem). Quando vierem nos visitar venham de bota, ok?

Temos estreitado amizade com as pessoas da aldeia fula e serere e com os talibês que moram numa Dara (lugar onde o marabu mantém as crianças para o aprendizado do Corão) perto da nossa casa. Doamos bolas de futebol para os talibês e para os meninos da aldeia do irmão Dethie. Tem sido uma boa estratégia para estreitar a amizade. Todos me chamam de Aliu Djá. É interessante!

Devido a necessidade estamos começando uma classe de alfabetização em francês. Compramos dois quadros, quatro carteiras duplas e já contratamos o professor: irmão Dethie que inclusive trabalhou num projeto da UNICEF, para alfabetização de adolescentes em Frances e Serere, que finalizou há alguns anos. Temos a Lioneza, membro da nossa Igreja que veio de Guiné-Bissau, ela tem 16 anos e ainda não foi alfabetizada, os funcionários do projeto (Judite, Ibou e Mamadu) e alguns adolescentes da aldeia que o Sr. Dethie conhece. Os demais irmãos da Igreja serão beneficiados: Ibou, Mamadu, Mariamola e Judite. Cremos que daqui uma semana começaremos o curso usando o quarto do alojamento que usamos como Igreja também.

Igreja

Estamos felizes! Tanto o trabalho da Igreja quanto o da clínica odontológica tem trazido muitas alegrias. Na Igreja temos recebido visitas todos os domingos. Muçulmanos e animistas. A Miss. Rosa convidou um Marabu de Mali que mora em Mbour para visitar a nossa Igreja e ele tem vindo há três domingos. Estamos discipulando-o. O Mamadu Xsare, que trabalha na propriedade, e sua esposa Mariamola, muçulmanos, têm congregado conosco e estão animados em estudar a Bíblia. Temos recebido visita de algumas mulheres que já foram atendidas na clínica. Hoje contamos com a presença de 12 adultos: Everton, Clarissa, Judite, Lioneza, Dethie, Ibou, Mis. Rosa, Mamadu, Mariama, Suleiman (um marabú de Mali que está vindo a três domingos – veia a convite da Miss. Rosa), Jorgito, Rhama e Saly. E 11 crianças: Duda, Helo, Samuel, Jovanilson, Judaica, Jemima, Mondiene, Falou, Dristie, Adama e Aminatá. Em novembro devemos fazer o Batismo com Profissão de Fé dos primeiros convertidos.

O Sr. Dethie tem sido nosso tradutor do francês para o Wolof. A mensagem tem sido muito mais clara para os irmãos. E eu acabo traduzindo para o português aquilo que a família da Judite não entende.

A classe das crianças conta com uma média de 9 crianças por domingo.

A Rhama está firme e tem sofrido menos pressão por parte dos familiares. Seu marido deve voltar em dezembro. Neste tempo temos ajudado financeiramente e ouvido mais da sua história de vida. Temos mantido contato com sua irmã que é crente metodista no norte do país. Rhama tem sido importante para a comunicação na clínica odontológica e para traduzir os convites e ensinamentos que a Clarissa passa sobre Jesus e a Igreja aos pacientes.

Clínica Odontológica

A Clarissa está bem feliz com a clínica. Temos atendido de segunda à sexta (com exceção da quinta-feira – que usamos para compras, questões administrativas, e-mails, pagar contas e etc.). Atendemos uma média de 6 pessoas por dia. Muitas extrações!

Aparece um pouco de tudo. Agora temos encaminhado os casos alheios da odontologia para o Posto de Saúde da aldeia. No início a Clarissa acabava dando alguma assistência. Mas o técnico de enfermagem senegalês, responsável pelo posto, começou demonstrar uma insatisfação, pois ele ganha com os atendimentos e venda de medicamentos.

Por exigência do departamento de saúde de Mbour começamos a cobrar o atendimento odontológico. $1000 FCFA = R$ 3,80. Inclui o atendimento e medicamentos se for preciso. É um preço que todos podem pagar e evita problemas com o departamento de saúde e o posto da aldeia. Para as crianças o atendimento é gratuito. O dinheiro que recebemos tem servido para comprar medicamentos que não temos disponível na clínica. Ex.: remédio para paciente com pressão alta; sarna; micose, etc., e leite para as mamães que não conseguem amamentar mais.

Hoje mesmo (18/10) apareceu uma mãe Mami Coumba com três menininhas de um aninho, trigêmeas, sem leite e sem dinheiro. Ela veio com uma das crianças amarrada nas costas e acompanhando-a veio a avó e uma sobrinha ambas com as outras duas amarradas nas costas. Andaram 5 km para pedir ajuda. As crianças estão doentes, resfriadas com o peito cheio e não havia leite nem dinheiro. São casos parecidos com este que lidamos todos os dias. Uma gente sofrida, escrava da religião e sem trabalho ou perspectiva de futuro. Medicamos as crianças, compramos leite, fomos até a casa delas (um pequeno quarto de blocos de chão batido sem móveis, com a cozinha do lado de fora feita com quatro paus e um zinco, dois blocos servem de fogão e não havia nada para cozinhar), falamos de Jesus, oramos pelas crianças e pela família. Convidamos todos para vir à Igreja. O pai está numa cidadezinha vizinha tentando trabalho. Quando consegue algo ganha (o equivalente a) R$ 7,00 por dia.

Compartilhando as dificuldades do Projeto

Estamos caminhando bem! Mas nem tudo têm sido mil maravilhas.

Nosso sustento está bom e Deus tem permitido que tenhamos um conforto razoável. Bem aquém do que tínhamos no Brasil, mas muito além da realidade da grande maioria das pessoas aqui. Porém, quanto ao projeto temos várias necessidades.

- Recursos humanos: provavelmente em junho de 2012, o Pr. José Dilson e família, o Pr. Marco Mota e família, e a Miss. Rosa estão voltando para o Brasil.

- A verba da APMT para construções no projeto, devido a vários fatores, é insuficiente para fazer o que foi proposto. Ainda não estamos administrando tais recursos.

- Não temos recursos para construção, manutenção, contratação de funcionários para manter o projeto e muito menos para começar o orfanato das meninas;

- As construções que foram iniciadas desde 2008 ainda não foram terminadas;

- Não conseguimos levantar nem 200 parceiros fiéis dos 1000 que pretendíamos.

- O projeto em Dakar que visa preparar meninos para enviar ao nosso projeto em Mbour tem cinco crianças prontas e ainda não temos estrutura para receber nenhuma.

Só para tomar conhecimento

Temos como funcionários: O Sid Senne nosso guarda noturno; o Ibou Senne nosso jardineiro; o Mamadu XSare serviços gerais; a Judite Cá que cuida da limpeza da Igreja, alimentação dos animais e futuramente será nossa cozinheira; a Rhama que é a tradutora e secretária da Clínica odontológica. Estamos contratando um professor (Dethie – membro da nossa Igreja) para dar alfabetização em francês para funcionários e adolescentes que não podem entrar na escola devido à idade. Somente com isso temos um gasto mensal de um pouco mais de R$ 1.200,00. Os Salários do Sid, do Ibou e do Mamadu são divididos entre nossa família, Pr. Marco Mota e Pr José Dilson (missionários que estão construindo na propriedade) pelo menos até junho de 2012, o restante são pagos diretamente pelo Projeto Brasil-Mbour. Além disso, temos a manutenção geral, pedreiros e outros profissionais que trabalham nas construções (construção da caixa d’água e casa dos meninos – ofertas específicas da APMT e de recursos de parceiros do Pr. José Dilson). As pequenas construções, investimentos e manutenção geral tem saído do nosso caixa.

Se desejar entre em contato e poderemos compartilhar do nosso planejamento, prioridades e necessidades.

Compartilhando dos problemas no SENEGAL

Além dos problemas com fome, doenças, falta de energia, quebra dos direitos humanos, dos direitos das crianças e da mulher, há problemas de ordem política. Desde junho muita coisa tem acontecido no Senegal referente à estabilidade política. O atual presidente se diz candidato ao terceiro mandato e isso tem gerado discussões e manifestações acaloradas. No dia 23 de junho houve uma manifestação grande em todo o Senegal e está prevista outra para o início de novembro. Existe uma região ao sul do Senegal, Casamance, que está em conflito armado a mais de 30 anos e a situação atual tem fortalecido as forças pela independência de Casamance.

As eleições presidenciais estão marcadas para o dia 27 de fevereiro de 2012 e até lá muitas manifestações estão previstas. A embaixada brasileira avisou nossa missão da possibilidade de uma manifestação grande e da necessidade da saída dos estrangeiros. Precisamos da sua oração!

A liderança da nossa missão aqui no Senegal tem sugerido que as pessoas que desejem visitar nosso trabalho ou vir servir ao Senhor por um período esperem a situação política se resolver. Ou seja, programe sua visita para depois de fevereiro.

Não temos vivido nenhuma situação de risco ou de alerta. Mas como dizem: oração e caldo de galinha não fazem mal para ninguém.

Orem conosco e por nós.

Pedidos de oração:

1 – Pela nossa família, saúde e ministério;

2 – Pelo Projeto Brasil-Mbour: Igreja, clínica, curso de alfabetização e administração da propriedade;

3 – Por recursos financeiros e novos parceiros;

4 – Por recursos humanos: temporários e permanentes;

5 – Pelos visitantes da Igreja: Mamadu, Mariama, Suleiman, Saly, Adama e Aminatá.

6 – Pela fé dos novos convertidos: Rhama, Dethie e Ibou;

7 – Pelas crianças na escola e no aprendizado do francês;

8 – Pela clínica odontológica: Clarissa e pacientes;

9 – Pela situação política do Senegal, livramento e proteção dos missionários;

10 – Pelas pessoas que temos falado do amor de Jesus: professores das crianças (Mr. e Mde. Saury), nossa ajudante em casa (Ernestine); vizinhos e conhecidos (Maguete, Mamadu G., Mamadu guarda da casa vizinha, Dibrile, Suleiman, Elady e Omar).

Obrigado pelo seu precioso tempo investido em nossa vida. Contamos com você!

Um grande abraço!

NEle, que é o nosso Senhor e Salvador.

Rev. Everton Matheus, Clarissa, Duda, Helo e Samuel
Projeto Brasil-Mbour / Senegal / África
E-mail:projetobrasilmbour@gmail.com

Skype: everton.matheus
00xx221339573595.


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