Páscoa: Jesus, o Cordeiro de Deus


"Eis que o Meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime. Como pasmaram muitos à vista dEle, pois o Seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens. Assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dEle; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão. Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante Ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-Lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; Homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dEle não fizemos caso. Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como Cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os Seus tosquiadores, Ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de Sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi Ele ferido. Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na Sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em Sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar. Quando der Ele a Sua alma como oferta pelo pecado, verá a Sua posteridade e prolongará os Seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas Suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito; o Meu Servo, o Justo, com o Seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre Si. Por isso, Eu lhe darei muitos como a Sua parte, e com os poderosos repartirá Ele o despojo, porquanto derramou a Sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre Si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu."

A Bíblia nos diz que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). O texto lido nos fala desse aspecto do Ministério de Jesus, onde Ele nos é apresentado como o “Servo sofredor”. A Santa Ceia tem uma ligação direta com a Páscoa dos judeus, e procede desse sacrifício perfeito que o Senhor Jesus realizou para nos salvar. Nessa mensagem refletiremos nesse tema buscando resposta para as seguintes questões: qual é o significado desse título de Cristo? Por que Ele teve que sofrer? Qual é o resultado dessa obra que Ele realizou? Como temos nos posicionado diante de tão grande sacrifício?

A Páscoa judaica e a Santa Ceia cristã

A Páscoa era uma das três grandes festas do povo judeu, em comemoração ao êxodo e da libertação dos israelitas do Egito (Êxodo 12). O povo de Deus reunia-se anualmente, em Jerusalém, para essa festa. Iniciava-se a Páscoa com uma refeição que consistia de um cordeiro, ou um cabrito assado, pães asmos (sem fermento) e ervas amargas. O cordeiro servia de recordação do sacrifício; o pão sem fermento, da pureza; e as ervas amargas, da servidão amarga do Egito. Cristo observou a Páscoa (Mateus 26:19) e Ele mesmo tornou-Se o nosso Cordeiro Pascal, quando entregou-Se na Cruz para nos salvar (João 19:36; 1 Coríntios 5:7). (PEB).

Assim como a Páscoa era o meio que, de modo dinâmico, permitia aos judeus reviverem a experiência dos seus antepassados no Egito, a Ceia do Senhor leva os crentes de volta às cenas da redenção do Senhor, fazendo com que eles novamente recebam as bênçãos de Sua paixão. O pão simboliza sua vida sem pecado, que O qualificou para ser um sacrifício perfeito pelo pecado. Representa Seu Corpo, sobre o qual Ele de fato levou nossos pecados na Cruz (1 Pedro 2:24). Seu Sangue derramado é representado pelo fruto da vide. Sangue puro, carmesim, justificador, remidor, expiador! “[...] e o Sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” 1 João 1:7. 

Os crentes devem ver esses elementos como meios de serem levados de volta às cenas da morte do Senhor. A participação do crente na Ceia demonstra sua resposta ao amor do Senhor, que carregou a Cruz em nosso lugar. (MBV).

No texto lido encontramos a descrição do Cordeiro de Deus, e em detalhes, somos informados acerca de Sua pessoa, Seu Ministério de redenção, e o que aconteceu naquele lugar de dor e sofrimento.

1 – Jesus é o sacrifício perfeito

Já vimos que na comemoração da Páscoa judaica, cada pai preparava em sua casa um cordeiro que era sacrificado, assado, e todos na casa comiam aquela refeição lembrando-se da saída do povo e Deus do Egito, da libertação que Deus operara tirando Seu povo da escravidão, levando-os à Terra Prometida. Semelhantemente, na Santa Ceia nós rememoramos o sacrifício que Jesus realizou para nos salvar. A Palavra nos afirma que Cristo procedeu com prudência (52:13). A Sua obra foi muito bem planejada e realizada. Por isso Ele foi elevado, exaltado e é mui sublime! 

1.1 – O que significa o título "Cordeiro pascal”?

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como Cordeiro foi levado ao matadouro; e, como Ovelha muda perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a boca” Isaías 53:7.

Quando Jesus morreu, Ele Se fez o Cordeiro Pascal. Ele É o Cordeiro Perfeito de Deus, o Sacrifício perfeito oferecido por nosso Pai Celestial em nosso favor. Em Hb 10:4 está dito que o sangue de animais sacrificados não poderia jamais remover pecados, portanto, o sacrifício dos judeus era imperfeito. Mas mesmo imperfeito servia de aval até que o Cordeiro Perfeito viesse e pagasse de uma vez por todas o preço da salvação.

Qual seria o preço da nossa redenção? Será que podemos compreender a profundidade e a grandeza dessa afirmativa? Não, jamais poderemos compreender ou dimensionar perfeitamente o preço que Ele pagou por nossas almas. Mas verdadeiramente Jesus pagou na cruz o altíssimo preço dos nossos pecados. Ele tomou sobre Si, levou sobre Si, espontaneamente, o castigo, a dor, o preço dos nossos pecados. As nossas transgressões O transpassaram, as nossas iniquidades O moeram, o nosso castigo estava sobre Ele, Deus fez cair o peso das nossas iniquidades sobre Ele. Naquele momento horrível Ele experimentou o total abandono, porque sobre Ele estavam os nossos pecados.

“À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Marcos 15:34.

1.2 – Por que Jesus teve que sofrer tanto e morrer?
“sem derramamento de Sangue não há remissão de pecados” Hebreus 9:22.

Talvez você já tenha se perguntado qual a razão porque Jesus teve que morrer na Cruz. Antes de mais nada você precisa entender que Deus é SANTO e JUSTO. Por isso Deus jamais permitirá que o pecador entre no Céu com seus pecados. É necessário que o pecado seja pago, e “sem derramamento de Sangue não há remissão de pecados” (Hb 9:22). Que Sangue é esse? Já vimos que o sangue dos animais não tem o poder de remir (isentar, livrar) ninguém de seus pecados. O sangue de pecadores muito menos! O Sangue que tem poder para pagar o preço dos pecados é o Sangue de Jesus, porque Jesus é o único ser humano que jamais pecou (Is 53:9), Seu Sangue é Santo, Seu sacrifício é perfeito. Sintetizando, Jesus veio para pagar o preço do nosso pecado, satisfazendo assim a justiça de Deus.

Note as expressões: “desfigurado” (52:14); “ferido de Deus” (53:4b); “ao Senhor agradou moê-Lo fazendo-O enfermar” (53:10a). Todas apontam na direção da justiça divina que em Jesus foi plenificada dentro da presciência e dos desígnios de Deus. O extremo de Seu sofrimento mostra que a Sua compaixão é real e verdadeira, jamais retórica ou superficial.

2 – A obra redentora (ou redentiva) de Cristo
Jesus pagou o alto preço de nossos pecados de um modo perfeito. Ele nos comprou com o preço de Seu próprio Sangue, Sangue precioso, Santo e carmesim. O texto de Isaías deixa isso muito claro em Isaías 53.

Vs.4 – “Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.” 
Essas palavras referem-se muito mais às enfermidades espirituais do que qualquer outra coisa. As doenças e dores existem como consequência do pecado na raça humana, então toda cura de Deus é operada através do sacrifício de Jesus. No entanto o texto não está dizendo que o crente não pode ficar enfermo ou sentir dor. A ênfase está em que ELE TOMOU SOBRE SI. Espontaneamente, voluntariamente, humildemente Ele assumiu o nosso lugar.

Vs.5 – “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados.” 
Jesus foi perfurado, ferido, torturado, moído e machucado de diversos modos que fizeram com que o Seu precioso Sangue fosse derramado. Os soldados romanos eram terrivelmente maus e muito cruéis. Quais endemoninhados, maníacos e loucos, para eles era diversão torturar os prisioneiros, especialmente em se tratando do “Rei dos judeus”. Jesus sofreu terrivelmente para nos salvar. O Seu Sangue foi derramado em nosso lugar.

Vs.6b – “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” 
Apesar de nós mesmos e de nossas perturbações, pecados, desobediências, o Pai fez com que todo nosso pecado recaísse sobre Ele. Isso significa que toda nossa culpa que já cometemos e que vamos cometer estavam sendo lançados sobre Jesus naquela Cruz. Em Romanos 5:8 nos é dito que “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Vs.7 – “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como Cordeiro foi levado ao matadouro; e, como Ovelha muda perante os Seus tosquiadores, Ele não abriu a boca.” 
O sofrimento de Jesus foi muito além da parte física. Ali estava o Rei dos reis, o Senhor dos Senhores, o Criador do universo tratado como um réu, como se Ele fosse um vil pecador. Não há como descrever de modo perfeito todo sofrimento e humilhação que o Senhor Jesus passou.

Vs.10 – “Todavia, ao SENHOR agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar; quando der Ele a Sua alma como oferta pelo pecado, verá a Sua posteridade e prolongará os Seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas Suas mãos.” 
Jesus entregou-Se espontânea e voluntariamente como oferta pelo pecado, NOSSO pecado. Como vimos no ponto anterior, a justiça de Deus foi satisfeita no sacrifício de Jesus, quando Ele pagou o preço do nosso pecado. Não que o Pai tivesse algum prazer em ver Seu Filho Amado sofrer tanto, mas assim era necessário para que o povo eleito de Deus pudesse ser salvo.

Vs.11 – "Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito; o Meu Servo, o Justo, com o Seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre Si." 
Misteriosamente todos os pecados do povo de Deus, e somente do povo de Deus, foram canalizados sobre Cristo. Naquele momento o Céu se escureceu, houve trevas e um grande terremoto. Ele Se ofereceu como oferta justa e perfeita pelos nossos pecados, levando sobre Si no madeiro as nossas iniquidades. Naquele momento Jesus pagou completamente o preço da nossa entrada no Reio de Deus e nos Céus por toda a eternidade. 

Vs.12 - "Por isso, Eu Lhe darei muitos como a Sua parte, e com os poderosos repartirá Ele o despojo, porquanto derramou a Sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre Si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu." 
O sacrifício de Jesus foi totalmente espiritual, Ele derramou a SUA ALMA na morte. A obra redentora de Cristo é perfeita porque Ele Se lançou na morte, levando sobre Si não o pecado de toda humanidade, mas o pecado de MUITOS. Esses muitos são a totalidade do povo de Deus, por Quem Ele intercedeu na Cruz, e ainda intercede diante de Deus.

"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e Ele É a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro." 1 João 2:1-2.

Pense no valor que você tem para Deus! Como Deus te ama! Ele não poupou o Seu Filho Unigênito para te salvar! Pense como você é especial para Cristo, Ele Se entregou e sofreu terrivelmente, e morreu para te salvar. Você é especial para Deus!

3 – Efeitos e resultados na vida do povo de Deus
O resultado da obra de Jesus é o povo que Ele comprou. Esse povo somos nós, a Sua Igreja. Esse povo é o fruto do penoso e sofrido trabalho de Sua alma. Você faz parte desse povo? Veja alguma peculiaridades desse povo.

3.1 - Esse povo e redimido do Senhor
São inúmeros os versículos que apresentam esse povo como sendo o foco da obra do Senhor. Vs.4-6;10-12. Quem experimenta verdadeiramente a redenção do Senhor vive uma vida na luz de Deus, e não nas trevas do pecado, porque luz e trevas não se ajuntam. (João 8:12).

3.2 - Esse povo satisfaz a alma do Senhor
O vs.11 aponta para a satisfação presente na alma do Senhor. Nós somos o fruto do penoso trabalho de Sua alma, o Seu povo que Lhe adora e honra, dando-Lhe satisfação.

3.3 - Esse povo não é um pequeno povo
Os vs.11e 12 falam desse povo como sendo muitos, e não poucos. Quando Deus falou de Seu povo a Abraão, comparou-o ao número das estrelas do céu (Gn 22:17; 26:4). Esse povo é imenso!

3.4 - ESSE POVO É O POVO QUE CRÊ. É o povo a quem Deus manifesta Seu braço. Você crê nessa mensagem? Essa Palavra toca seu coração? É o braço de Deus que tem se manifestado em sua vida. Entregue-se a Ele e serás redimido e justificado pelo Senhor.

Conclusão - qual é a nossa reação e resposta?

Cada um de nós tem uma grande responsabilidade diante dessas verdades, qual é a nossa resposta a tudo que foi exposto? Como você se sente diante da obra redentora de Cristo?

Os vs.3 nos fala de pessoas que não fazem caso da obra do Senhor, que O desprezam e rejeitam como se o Seu Sangue fosse desprezível. É exatamente essa a atitude dos que não O tem como Salvador e Senhor. Como essas palavras são presentes em nossos dias. Vivemos dias em que o nome do Senhor é desprezado, onde as pessoas não fazem caso dEle, O rejeitam e desprezam. Eles simplesmente não ligam para o que Ele diz, porque não creem nEle.

Seria a sua situação no presente momento?

Quem não participa ativamente da vida da Igreja, e por isso não toma a Ceia do Senhor, tem convicção do que é a Páscoa??

Jesus cumpriu cabalmente o Seu ministério, ministério esse que fora profetizado a tantos séculos antes mesmo de Seu nascimento.

Que ao participarmos da Santa Ceia saibamos exatamente o que significa comer o pão e beber o cálice, e que a nossa vida perante este mundo corrupto e de trevas seja um testemunho impactante e pleno de boas obras para a glorificação do nome de Deus, nosso Pai celestial.

Material de apoio:
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra
MBV – Manual Bíblico Vida Nova (David S.Dockery)
PEB – Pequena Enciclopédia Bíblica (O.S.Boyer).



SOLI DEO GLORIA!!!

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