O NATURALISMO FILOSÓFICO

IPB de Vila Gerti - S.C.Sul / SP
Reunião de Jovens e Adolescentes 22.09.12


Naturalismo é o nome que se dá a uma doutrina filosófica e a gêneros artísticos na literatura e nas artes plásticas. Filosoficamente, o naturalismo é uma teoria que relaciona os métodos científicos à filosofia ao afirmar que todos os seres e eventos no universo são naturais e que todo o conhecimento sobre o universo advém da investigação científica. Para o naturalismo a natureza é em princípio completamente conhecível, pois ela apresenta uma regularidade, uma unidade e uma perfeição que resultam em leis objetivas que podem ser decifradas através do conhecimento científico. O naturalismo nega a existência de esferas metafísicas ou transcendentais. Na literatura, o naturalismo foi um movimento literário que radicalizou o realismo ao defender que os comportamentos dos indivíduos são determinados pela hereditariedade e pelo ambiente em que vivem. Nas artes plásticas, naturalismo ou arte naturalista são termos que designam as obras de arte que reproduzem com fidelidade as coisas da natureza a partir da interpretação do artista.


A metafísica (do grego antigo μετα [metà] = depois de, além de; e Φυσις [physis] = natureza ou física) é uma das disciplinas fundamentais da filosofia. Os sistemas metafísicos, em sua forma clássica, tratam de problemas centrais da filosofia teórica: são tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as causas ou princípios primeiros, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral. Concretamente, isso significa que a metafísica clássica ocupa-se das "questões últimas" da filosofia, tais como: há um sentido último para a existência do mundo? A organização do mundo é necessariamente essa com que deparamos, ou seriam possíveis outros mundos? Existe um Deus? Se existe, como podemos conhecê-lo? Existe algo como um "espírito"? Há uma diferença fundamental entre mente e matéria? Os seres humanos são dotados de almas imortais? São dotados de livre-arbítrio? Tudo está em permanente mudança, ou há coisas e relações que, a despeito de todas as mudanças aparentes, permanecem sempre idênticas? Em sua concepção clássica, os objetos da metafísica não são coisas acessíveis à investigação empírica; ao contrário, são realidades transcendentes que só podem ser descobertas pelas luzes da razão. Essa pretensão de estabelecer teses gerais que não se curvam à orientação da experiência foi repetidas vezes criticada - as críticas sistemáticas aos projetos metafísicos tradicionais tornaram-se parte importante de várias correntes e escolas filosóficas, especialmente nos séculos XIX e XX.

NATURALISMO FILOSÓFICO
É uma teoria metafísica que defende que todos os fenômenos podem ser explicados mecanicamente em termos de causas e leis naturais. O naturalismo opõe-se ao sobrenaturalismo, teoria metafísica e teológica. O sobrenaturalismo atribui não apenas uma origem sobrenatural ao universo, mas defende que este tem uma moral própria e um propósito espiritual. O naturalismo vê o universo como uma máquina ou organismo, desprovido de propósito geral, apesar de partes do universo funcionarem harmoniosamente e parecerem ter sido desenhados para essa função. Os sobrenaturalistas veem o universo como tendo sido criado para uma finalidade, e geralmente acreditam que nada acontece sem um propósito moral ou divino. Para os naturalistas, a natureza é indiferente às necessidades e desejos humanos. Para os sobrenaturalistas, Deus encheu o mundo natural com tudo o que precisamos e devemos desejar, bem como com o que não precisamos e não devemos desejar.

Como afirmado acima, o naturalismo é uma teoria metafísica. As teorias metafísicas tratam da natureza da realidade. São geralmente divididas em ontologia, cosmologia e teologia.

Ontologia é a metafísica do ser. O que é o ser? Porque existe algo em vez do nada? Que tipos de seres existem? Etc.

Cosmologia é a metafísica do cosmos ou universo. Qual a natureza do universo? O universo existiu sempre? Se não, como pode algo vir do nada? Etc.

Teologia é a metafísica de Deus e do sobrenatural. Deus existe? Qual a natureza de Deus? Pode haver mais que um Deus? Deus é o criador do universo? Etc. Obs.: os cristãos são considerados “teologistas”, ou “sobrenaturalistas”.

SEXUALIDADE
A diferença entre pontos de vista entre mecanicistas e teologistas pode ser vista, por exemplo, no comportamento sexual animal em cada perspectiva. Para os teologistas, o sexo é destinado a reproduzir a espécie. O prazer que o acompanha é o indutor para concretizarmos o divino plano da reprodução. Se o sexo fosse normalmente doloroso, seria evitado pelos membros da espécie e esta poderia até se extinguir. Alguns teólogos defendem que sexo com fins de reprodução é o único motivo correto. Frustrar o propósito reprodutivo do sexo é uma imoralidade, segundo este ponto de vista. Controle de natalidade e homossexualidade são erros morais. Isto não significa que um naturalista não possa considerar o controle de nascimento e a homossexualidade como erros morais. Alguns naturalistas consideram-no, mas não pelas mesmas razões que os teologistas, pois esses creem na Bíblia, a Palavra de Deus.

Um naturalista pode considerar um dever para seres "superiores", seja como for que defina isso, a reprodução, e para os seres "inferiores" o controle da natalidade. Mas para a maioria dos naturalistas a homossexualidade é tão natural como a heterossexualidade, e nenhuma inerentemente moral ou imoral. Para o naturalista, o instinto sexual não tem um propósito. Não foi desenhado para levar o ser humano à reprodução. Pelo contrário, animais com fortes instintos sexuais reproduzem-se e logo florescem. Não há, pois, maneira de frustrar o propósito de sexo, pois o sexo não tem propósito. Claro que o desejo de ter sexo com uma pessoa é um propósito. Mas dentro do naturalismo é esse o propósito: ter sexo com uma pessoa particular, qualquer que seja o gênero.

Para um teólogo, a polinização das orquídeas por abelhas é um desenho divino. Para os mecanicistas, as abelhas estão tratando de sua sobrevivência, e como resultado as orquídeas são polinizadas. Se nenhum animal fizesse o que as abelhas fazem, talvez as orquídeas não existissem. O mundo seria diferente, mas ainda seria um mundo. Diferentes mecanismos significam diferentes mundos. A escolha não é entre este mundo e nenhum, mas entre este mundo ou outro.

Para os sobrenaturalistas, pedófilos e predadores sexuais existem por causa do pecado, da maldade inerente ao coração humano, e do próprio satanás. Para os mecanicistas naturalistas, eles não têm qualquer propósito. Os seus desejos são naturais, mas isso não significa que devam ser satisfeitos. Ambos os consideram responsáveis pelos seus atos, mas os naturalistas não necessitam tentar explicar a sua existência ou razão. Todos os naturalistas podem concordar que os desejos são explicáveis, inteiramente por mecanismos causais fora da responsabilidade pessoal. Mas nem todos concordam que agir de acordo com os desejos seja explicável sem referência à liberdade e responsabilidade do agente.

Spinoza (Baruch Espinoza) foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Ele defendia que a teologia representava o pensamento primitivo de nossos antepassados pré-científicos. Para ele, a procura das "causas finais" não levou a nada na compreensão da natureza. Apenas quando a humanidade desistiu da maneira antropomórfica de pensar a geologia, física, etc., em termos de propósitos divinos, pôde progredir no conhecimento da natureza.

Antropomorfismo é uma forma de pensamento que atribui características ou aspectos humanos a Deus, deuses, elementos da natureza, animais e constituintes da realidade em geral. Nesse sentido, toda a mitologia grega, por exemplo, é antropomórfica.

Spinoza não acreditava que o comportamento humano fosse explicado de modo diferente a outros na natureza. Não há liberdade nem responsabilidade no comportamento humano, pensou. O comportamento humano deveria ser descrito em termos de causas mecanicistas, como os restantes fenômenos naturais. Para um naturalista determinístico tal como Spinoza, “bom” é apenas uma palavra para descrever coisas que nos dão prazer e “mal” coisas que nos causam dor.

Em resumo, o naturalismo é a fundação da moderna teorização científica, e referência a moral ou propósitos divinos não têm lugar na ciência. Ela é limitada pela explicação de fenômenos empíricos sem referência a forças poderes, influências, etc., que sejam sobrenaturais. A ciência moderna é inerentemente naturalística. Se o naturalismo é corretamente compreendido, percebemos que nem ele nem a ciência negam a existência de Deus, livre vontade, fenômenos espirituais, providência ou criação. Ateístas negam a existência de Deus. Deterministas negam a existência da livre vontade. Materialistas negam a existência de fenômenos espirituais. Positivistas negam sentido à teorização metafísica.

Para os naturalistas a ciência é lugar para especulações sobrenaturais como o criacionismo. Para eles não há dados suficientes de que exista um Ser responsável pela criação do universo, e que o que existe e é conhecível está limitado a fenômenos empíricos.

Fontes sites: Wikipedia; Brazil Skepdic; Como Tudo Funciona.

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