AS PROMESSAS DE DEUS SÃO CONDICIONAIS (1) OS MANDAMENTOS EXPRESSAM O AMOR DE DEUS


Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
IPB de Vila Gerti, S.C.Sul / SP
Culto de Louvor 25.08.13 - Os Mandamentos Expressam o Amor de Deus

TEXTO BÁSICO – DEUTERONÔMIO 19:8-9
 

“(...) desde que guardes todos estes mandamentos que hoje te ordeno, para cumpri-los, amando o SENHOR, teu Deus, e andando nos Seus caminhos todos os dias (...)” Deuteronômio 19:9a.

INTRODUÇÃO
 

O que seria de nós sem as promessas e as bênçãos de Deus? Estaríamos perdidos... Nos últimos tempos tem surgido e crescido o número de Igrejas que só falam (ou supervalorizam) as promessas e bênçãos. O outro extremo é desconhecer, rejeitar, desprezar, renunciar e até renegar as promessas e bênçãos que Deus fez a nós. Não sei qual dos dois posicionamentos denota maior ignorância das Escrituras. Sábio é conhecer promessas de Deus, não foi a toa que Ele Se encarregou de decretá-las. Os que assim procedem revelam ter fé e temor ao Senhor, o autor da Palavra; mas é preciso entender bem o que Ele diz a respeito.

Entre tantas promessas que Deus nos fez, devemos nos apegar às promessas de uma vida de comunhão com Ele, em Sua presença e vitória sobre o pecado (mundo, carne, diabo). A promessa da herança eterna é que nos dá ânimo e nos impulsiona na direção do Eterno, pois chegamos à conclusão de que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5:19) e que nossa estada aqui é temporária. “Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, celeste Pátria sim, é para onde vou”.

Mas, você sabia que AS PROMESSAS DE DEUS SÃO CONDICIONAIS? E quais são essas condições? Esse é o tema que exploraremos nessa mensagem.

EXPLICAÇÃO 


A leitura do Velho Testamento tem causado uma estranha confusão na mente de muitos irmãos. Alguns se tornaram tão devotos do judaísmo chegando ao ponto de usarem a bandeira de Israel e a estrela de Davi em suas Igrejas. Outros se parecem acreditar que o VT caducou, ou seja, que perdeu a sua validade com o passar do tempo. Como as pessoas se confundem tanto?

O posicionamento correto é a fé na inerrância das Sagradas Escrituras, ou seja, Velho Testamente e Novo Testamento. É uma questão de fé! A Bíblia é a Palavra de Deus, e por isso precisa ser considerada em todo o seu conteúdo. O texto de sagrado deve ser interpretado e aplicado para a Igreja moderna.

O que Deus disse para os israelitas naquele contexto, era que Ele cumpriria Sua promessa e até haveria acréscimos nos limites da terra (Dt 19:8); desde que eles guardassem os mandamentos, cumprindo-os e amando ao Senhor, andando todos os dias em Seus caminhos. Nessa questão, a terra prometida dos judeus simboliza a nossa Canaã Celestial, nossa Terra Prometida, nossa herança eterna, nossa habitação eterna, nossa Jerusalém Celestial. Oh quão grandiosa e rica promessa!

Exclui-se a questão da terra que era restrita aos judeus, a vontade de Deus está manifesta a todo o Seu povo em todos os tempos, inclusive nós. A Igreja é o povo de Deus na face da Terra hoje, conforme 1 Pedro 2:9.

ARGUMENTAÇÃO

Portanto, essas palavras devem ser aplicadas à Igreja de hoje e de todos os tempos, pois aqui está revelado muito mais que um assunto relacionado ao podo judeu, mas o que o Deus Eterno quer que façamos, quais condições Ele estabeleceu para que sejamos agraciados com Sua promessas e bênçãos.

1 – OS MANDAMENTOS EXPRESSAM O AMOR DE DEUS
“guardes todos estes mandamentos que hoje te ordeno, para cumpri-los”
 


Deus quer que guardemos Seus mandamentos, mas como é fácil esquecermos os mandamentos. Porém, são eles que nos mantém em dia com Deus. A teologia da graça de Deus jamais concede relaxamento da prática dos mandamentos. Isso é para os que pensam: “Deus é amor, Deus é graça, Deus é perdão. Não preciso me ater aos mandamentos porque Deus perdoa meus pecados”. Existem os que argumentam e fazem a maior confusão com a questão da Lei, como se pregar obediência aos mandamentos fosse mero legalismo. Claro que os que seguem tais pensamentos não conhecem a Palavra da Verdade, e muito menos Sua Autor, do contrário jamais O tentariam usando a Sua própria Palavra contra Ele mesmo. Cuidado! O diabo é o enganador e sua estratégia sempre foi essa: tentar colocar Deus no bando dos réus, tentar fazer de Deus o culpado, o mentiroso, o enganador. Não caia nas artimanhas do inimigo!

E Deus explica como se deve guardar Seus mandamentos: cumprindo-os. Essa é a mais antiga lição que Deus deu ao Seu povo: que cumpramos Seus mandamentos. E como é fácil falhar, esquecendo-nos de que essa é a regra básica de nossa fé.

Houve um tempo em que esse discurso era mais valorizado e prestigiado entre os crentes. Mas, atualmente os pastores que pregam sobre esse tema são até discriminados; tal pastor é “chato”, antiquado, legalista, fariseu, hipócrita, etc. Então Deus é tudo isso na cabeça desse povo? Porque se Ele muito fala sobre isso, é devido a sua importância primordial para nossa sobrevivência espiritual. Não é brincadeira! Muitos crentes em nossos dias querem pão e circo nas Igrejas.

E então entra em cena um cristianismo frágil, superficial, sem sentimentos e cada vez mais mundano e menos espiritual. Isso é morte! Ora, guardar os mandamentos de Deus é regra básica na vida de quem nEle crê. Não é bíblico afirmar-se uma fé sem obras, tal fé é morta segundo Tiago 2:26. Ora, que obras são essas? O cumprimento dos mandamentos, uma vida de observância da vontade de Deus.


Creio que muitos dentre a Igreja de hoje precisam mudar a sua concepção acerca do assunto e voltar os corações para a revelação do amor de Deus. Deus é amor! Os mandamentos de Deus são expressão desse amor eterno. Os mandamentos são como muros, ou cercas de proteção para que nenhum de nós caia nos laços do diabo e se perca. O conceito de que os mandamentos são maus é carnal e satânico. Os mandamentos são bons, através deles é que vivemos crescemos espiritualmente na presença de Deus, somos abençoados com toda sorte de bênção, e por fim, alcançamos a vida eterna. Mas é preciso guardar os mandamentos. 

2 – DEUS QUER QUE O AMEMOS
“amando o SENHOR, teu Deus”


Qual é o sentido da guarda dos mandamentos? Amor a Deus! Deus não exige mera obediência externa às leis, mas o amor de todo o coração e a dedicação da pessoa inteira (BEG). Ao cumprirmos a vontade de Deus manifestamos nosso amor a Ele. E por que Deus assim quer e ordena? Alguns ateus e blasfemos chegaram a dizer que seria algum tipo de problema emocional, um sentimento de rejeição que faria com que o Eterno necessitasse ser amado. Absurdo! Na verdade o amor é a lei suprema porque Deus é amor. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro. Quem compreende e recebe o amor de Deus vai amá-Lo. A Lei ressalta o fato; quem não ama a Deus não o conhece; aquele que O ama guarda Seus mandamentos porque O conheceu, neste verdadeiramente é aperfeiçoado o amor (1 João 2:3-6).

Assim vem com o amadurecimento da fé, aquilo que Ap 2:4 trata de “primeiro amor”, isto é, o que é mais importante para nós. Essa é uma espiritualidade sem culpa, peso, mágoa, raiva ou tristeza em servir a Deus. Mas alegria, prazer, regozijo em Sua presença, em Sua Palavra, no louvor e na oração.

Nota-se a ausência desse amor na frequência de algumas Igrejas. Muitos crentes se tornaram domingueiros, estão sempre sem tempo, cansados, “na correria”. Mas quando se trata de algum tipo de diversão, passa tempo ou esporte não falta “gás”. Por que será? Será mera coincidência? Ou uma sequência delas... Por exemplo: há igrejas que todos os sábados têm programação de jovens, outras conseguem fazer duas com grande esforço e certamente muitos não comparecerão nas duas, quando muito em uma. Há igrejas que o culto de quinta-feira parece o domingo de outras. E nessas, o culto de quarta-feira está quase extinto. Curioso isso... Ah, mas logo alguns dirão que aquelas Igrejas cheias são as Igrejas do “oba-oba”, sem compromisso com a Palavra. Será? Espera aí, o assunto não é esse, o assunto é amor a Deus, lembra? Mas é fácil desviarmos do assunto quando estamos em foco. Tem hora que parece proposital, é a tal “cortina de fumaça”. Nos tornamos especialistas em criticar os que estão fazendo, só porque não tem a mesma placa na porta. Essas críticas se parecem mais com desculpas evasivas.

Tudo bem, vamos fazer de conta que em todos os casos nós temos boa doutrina, eles não... Então, se temos boa doutrina, onde foi parar o amor ao Senhor das doutrinas? Como eu posso dizer que O amo se não tenho prazer de estar em Sua casa? Se louva-Lo se parece mais com um fardo pesado e árduo? E se a lógica funciona, basta pensar: se há dificuldade em ir à Igreja, e na hora da provação mais difícil como fica? E a leitura da Bíblia e a oração? Tem horas que eu fico muito preocupado com os rumos que a Igreja atual está tomando.

Creio firmemente que só há uma saída para esse imbróglio: avivamento espiritual! Um avivamento genuíno, verdadeiro, bíblico, que nos conduza para mais perto de Deus, da Bíblia, da oração e da Igreja. Cuidado! Existe uma forte tendência de confundir-se avivamento com “animamento”, bagunça, desordem, emoção, heresia, descompromisso, etc. Não é disso que eu estou falando, ok? O avivamento trará consigo o amor, paixão, presença, compromisso, prazer de servir a Deus e estar em Sua casa na comunhão com o povo de Deus. A guarda dos mandamento divinos, o compromisso com o seu cumprimento, em amor, é justamente o que significa “avivamento espiritual”.

3 – DEUS QUER CONSTÂNCIA
“andando nos Seus caminhos todos os dias”


“Todos os dias”. Esse tipo de fé, religiosidade, espiritualidade, é algo que se vive todos os dias. Não é só aos domingos, não é só em alguns momentos, mas Deus quer que vivamos assim todos os dias. Isso já é pedir demais? Seria fanatismo religioso? Não! É a vontade de Deus.

Temos a tendência de ir e voltar, um tipo de “sobe e desce” na carreira espiritual. Veja o que diz Tiago 1:8 sobre a inconstância. Não é esse tipo de espiritualidade que Deus quer, mas tem sido a opção de muitos. Por que eu digo “opção”? Porque é a pessoa que escolhe isso, não é algo fora de nosso controle ou vontade, mas é algo que voluntariamente decidimos. O problema do ânimo dobre (Tg 1:8) é que denota um problema de lealdade dividida (ABA); ou até de personalidade, é uma pessoa imprevisível (BEG).

Em um determinado momento da vida cristã é fácil compreender esse ciclo, mas se perdurar por mais tempo pode se tornar um grande problema, com certeza o problema de muitos. Parece que com o passar do tempo grande parte dos crentes têm se acostumado com a inconstância na vida espiritual, ausência de perseverança. Isso é tão grave que tem sufocado a fé de muitos.

Mas seria a constância, alma da perseverança, algo tão difícil de ser praticado? Será que Deus colocou algo (quase) impossível diante de nós, Seus humildes servos? Certamente não! A Bíblia fala demasiadamente a respeito desse tema, e quando Deus fala repetidas vezes sobre determinado assunto, é porque tal assunto é vital para nossa sobrevivência. Vejamos algumas coisas interessantes e reveladoras acerca do ensino bíblico da constância espiritual (BVN).


•    Exibida por Deus em todos os Seus propósitos e caminhos – Nm 23:19; Dn 6:26; Tg 1:17. Por ser um de Seus atributos, devemos imitar.
•    Ordenada – Fp 4:1; 2 Ts 2:15; Tg 1:6-8.
•    A piedade é necessária à mesma – Jó 11:13-15.
•    É garantida:
o    Pelo poder de Deus – Sl 55:22; 62:2; 1 Pe 1:5; Jd 24.
o    Pela presença de Deus – Sl 16:8.
o    Pela confiança em Deus – Sl 26:1.
o    Pela intercessão de Cristo – Lc 22:31-32.
o    Pela intercessão do Espírito Santo – Rm 8:26.

Então não há como argumentar contra a constância espiritual. É preciso submissão, vontade e dedicação. Do contrário não há como praticá-la, vivenciá-la.

CONCLUSÃO
 

Essas orientações e ensinamentos servem para todos os que amam e temem ao Senhor. Não se trata de “bronca”, mas de conselho práticos, essenciais e que denotam o quanto o Senhor nos ama. Seus mandamentos não são penosos (1 Jo 5:3b), mas são como cercas de proteção para que não sejamos atingidos pelo maligno. A prática dessas palavras revelam se de fato O amamos e tememos.

A grande notícia do Evangelho é que DEUS QUER NOS ABENÇOAR! Essas são condições para recebermos as promessas de Deus. Cumprindo-as em amor teremos seremos agraciados e galardoados, pois Quem fez as promessas é fiel e poderoso para cumpri-las!


Para que não haja dúvidas, novamente afirmo: isso tudo só é possível por causa da graça de Deus que nos capacita, motiva, impulsiona e cobre multidão de pecados. Sem a Sua graça jamais poderíamos obter tais promessas, não teríamos nenhuma chance de perdão e salvação. Mas lembre-se: essa é a parte de Deus, e Ele a cumpre muito bem, perfeitamente bem! Os mandamentos são a nossa parte do contrato, da Aliança que ele fez conosco pelo Sangue de Jesus.

Busquemos de coração puro e límpido guardar seus mandamentos, cumprindo-os, amando ao Senhor e andando em Seus caminhos todos os dias!

Que Deus nos abençoe!

Material de apoio:
ABA – A Bíblia Anotada
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra
BVN – Bíblia Vida Nova.



SDG – A DEUS TODA GLÓRIA!!!

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