PRESBITERATO E DIACONATO


Por: Rev. Nelson França
IPB de Vila Gerti, S.C.Sul / SP
EBD 22.09.13

O DIACONATO

A palavra de origem grega: diákono significa “servo”, “assistente”, “servente” ou “servidor”. Essa mesma palavra está ligada ao substantivo doulos cujo sentido é “servo, escravo”.

O próprio Jesus identificou-se com a diakonia conforme o texto de Lucas 22:24-27.
Sempre que esta palavra aparece, está ligada a serviço; ministração (Lc 15:19; Fp 2:22; 1 Pe 4:10-11; Ap 7:15).

Num sentido mais amplo todo o cristão deve ser acima de tudo, um servidor; prestativo; pronto para toda a boa obra (Tg 3:1).

VOCAÇÃO
O que é vocação? Vocação, conforme o dicionário Aurélio, é um inclinação, talento, chamado, escolha. Para exercer o dom da diakonia como oficial da igreja, é necessário que o membro seja eleito pelos demais membros da igreja (At 6:5.)

Como avaliar / desenvolver a vocação?
De forma natural e desembaraçada como alguém que desenvolve e pratica determinado talento / inclinação, chamado / ministério / ordenança.

Na questão do diácono, este aspecto; vocação está presente na orientação do apóstolo Paulo (1 Tm 3:10) “sejam estes primeiramente experimentados”. Os candidatos devem dar evidências de sua vocação.

DIACONATO E A BÍBLIA
A Palavra de Deus apresenta pelo menos dois textos que tratam especificamente acerca do diaconato. De acordo como texto de Atos dos Apóstolos (At 6:1-6) podemos tirar algumas conclusões de quem eram os homens que foram eleitos, no sentido das qualidades que deveriam possuir.

Vs. 3: “...homens de boa reputação...” - podemos concluir que os eleitos eram homens de
vida espiritual reconhecida e aprovada por todos.
“... cheios do Espírito...” - entendemos que a conduta espiritual deles, de acordo com as recomendações do apóstolo, deveria destacar-se dos demais.
“... cheios... de sabedoria...” - considerando a tarefa desses homens, lidar com as necessidades pessoais da “igreja”, os apóstolos entenderam ser necessário mais que boa reputação; eles precisavam ser sábios nas suas palavras e atitudes.

Percebemos também nesse texto o caráter de seu serviço: assistir aos necessitados.

AS QUALIDADES DO DIÁCONO
1 Tm 3:8-13 - Também nesta passagem são recomendadas, agora pelo apóstolo Paulo, que Timóteo observasse algumas qualidades específicas naqueles que aspiravam exercer tanto o episcopado como o diaconato.
Acerca dos candidatos ao diaconato ele escreve o seguinte:

Vs. 8
“... é necessário que sejam respeitáveis...” - o viver do candidato deve por si só despertar respeito para com ele. Candidatos com áreas problemáticas teriam dificuldades no exercício de seu ministério.
“... de uma só palavra...” - ser cumpridor do que diz. Alguém que leva a sério o que foi tratado. Age conforme o combinado.
“... não inclinados a muito vinho...” - deve ser comedido, sóbrio.
“... não cobiçosos de sórdida ganância...” - não deveria ser amigo de lucros desonestos. Seria complicado alguém ganancioso dar assistência aos demais. Acabaria por tirar proveito para si mesmo. O contrário disto seria haver desprendimento, prazer em dar de si.

Vs. 9
“... conservando o mistério da fé com a consciência limpa...” - percebemos pelas palavras de Paulo, algo de suma importância: é possível que alguém mantenha conservado o mistério da fé sem contudo cuidar devidamente da sua própria consciência. Ou seja, podemos ser pessoas freqüentes na igreja, dizimistas fiéis, zelosos com as coisas de Deus, o que poderá até impressionar a muitos, mas não podemos esquecer do cuidado com a consciência cf. 1 Tm 1:18-19.

Além dessas qualidades Paulo ainda orienta o seguinte a Timóteo:

Vs. 10
“Também sejam estes primeiramente experimentados...” - deveriam dar provas antecipadamente do seu chamado. Isto significa que eram pessoas reconhecidamente presentes e cuja postura e comportamento eram observados.
“... mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.” - uma vez provados e não dando nenhum motivo de reprovação poderiam então exercer o diaconato.

Vs. 12
“... seja marido de uma só mulher...” - esta era uma recomendação necessária, tendo em vista o contexto em que a carta foi escrita. É possível que fosse comum um homem conviver com mais de uma mulher. Ainda hoje, a poligamia é um dos problemas que os missionários enfrentam em alguns países. Mas o oficial diácono deveria ser fiel e marido de uma só esposa.
“... governe bem seus filhos e a própria casa...” - isto significa que deveria ser alguém que conduzisse o seu lar com sabedoria aprovada pelas demais famílias.

Vs. 13
“... os que desempenharem bem alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez...” - Primeiramente entendemos que é possível não haver um bom desempenho no exercício do oficialato. Por outro lado pelo bom desempenho no exercício o diácono alcançaria preeminência, palavra que significa degrau. Era aplicada aos graus de promoção do exército. Aqui significa influência moral e eclesiástica no ofício.

DIÁCONO E SUAS FUNÇÕES
CAPÍTULO IV - GOVERNO DA IGREJA – (Extraído da Constituição da IPB)

Art.53 - O diácono é o oficial eleito pela Igreja e ordenado pelo Conselho, para, sob a supervisão deste, dedicar-se especialmente:
a) à arrecadação de ofertas para fins piedosos;
b) ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos;
c) à manutenção da ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço divino;
d) exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências.

Art.58 - A junta diaconal dirigir-se-á por um regimento aprovado pelo Conselho.
A Junta Diaconal constituída de todos os diáconos da Igreja (CI/IPB, Art.83, alínea "g") coordena as funções estabelecidas na CI/IPB, Art.53 e rege-se pelo presente regimento (CI/IPB, Art.58).

FINALIDADE - Art.2º -
Compete à Junta Diaconal coletivamente e aos diáconos individualmente:
a) Tomar conhecimento da existência de necessitados principalmente entre os membros da Igreja, visitá-los, instruí-los e confortá-los espiritualmente, bem como auxiliá-los nas suas necessidades dentro das possibilidades da Igreja, examinando cautelosamente a fim de verificar a real existência das necessidades alegadas;
b) Dispor para esses fins dos recursos votados pelo Conselho e das ofertas especiais. Determinar no início de cada ano a quantia máxima que o diácono poderá aplicar individualmente, por mês, no socorro urgente do necessitado;
c) Examinar os casos de pretensões a lugares gratuitos em hospitais e orfanatos recomendando ou não a assistência pretendida;
d) Tomar conhecimento da existência de enfermos, entre membros e aderentes da Igreja, visitá-los e confortá-los em caso de necessidade;
e) Comunicar aos presbíteros e ao pastor a existência e as condições dos enfermos;
f) Manter em dia com meticuloso cuidado a lista e os endereços das pessoas que estão recebendo auxílio da Junta;
g) Recolher as ofertas dos membros e amigos da Igreja, contá-las e encaminhá-las imediata e diretamente à tesouraria;
h) Dar todo o apoio coletivo e assegurar o apoio individual dos diáconos aos planos econômicos ou financeiros adotados pelo Conselho da Igreja de modo que sejam propagados com entusiasmo e realizados com toda a eficiência;
i) Verificar se estão em ordem as cousas referentes ao culto como também os objetos da Santa Ceia e do batismo e recolhimento das ofertas;
j) Observar a ordem conveniente nos pátios e arredores do templo desde a rua até as dependências internas;
l) Evitar de modo absoluto que haja reuniões em outras salas ou palestras entre membros da Igreja ou simples assistentes, dentro do templo ou nos pátios, durante as horas de culto.

 
O PRESBITERATO

“... se alguém aspira o episcopado, excelente obra almeja.” 1 Timóteo 3:1.

1 TIMÓTEO 3:1-7

É natural que o ser humano aspire sempre algo mais excelente para a sua vida, tanto no plano material, como no espiritual. Contudo, ao aspirarmos os grandes privilégios, nem sempre consideramos que eles trazem consigo grandes responsabilidades. Conforme as palavras do apóstolo Paulo a Timóteo, mencionadas no verso acima, aspirar o exercício do bispado era algo excelente. Mas, ao atentarmos para os versos que se seguem, percebemos que após exaltar a excelência do episcopado (que equivale ao presbiterato), Paulo descreve as virtudes necessárias aos que se dispõe a exercer tal ministério. Segundo o apóstolo, o bispo ou presbítero deve ser alguém:

3.1   Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.
3.2   É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3.3   não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento;
3.4   e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito
3.5   (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);
3.6   não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.
3.7   Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo. (1 Tm 3:1-7).

Não há dúvidas, que estas virtudes, na verdade, devem estar presentes na vida de todo crente, sem exceção, porém muito mais na vida de um oficial.

Contudo conforme as palavras de Jesus “...àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” Lucas 12:48.

Também, não é sem razão que a Palavra de Deus nos adverte: “... não vos torneis muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo” Tiago 3:1.

Pela experiência pessoal que temos vivido, embora no presente como pastor (presbítero docente), sabemos e observamos o alto preço que o oficialato requer daqueles que o exercem. Como presbíteros, por exemplo, por vezes encerramos as nossas reuniões tarde da noite. O que fazendo?

Tratando de assuntos importantes referentes à igreja como um todo, fazendo avaliações, considerando dificuldades, planejando... Assim como nos alegramos com o caminhar da igreja, também, por vezes, ficamos abatidos, apreensivos; tendo que tratar assuntos complexos.

Nos esforçando pela harmonia, mesmo quando as opiniões sejam diferentes, buscando sempre o caminho da maturidade, prudência, discrição e sabedoria. Às vezes compreendidos, às vezes não, e não raro, tratando de assuntos que gostaríamos de evitar.

Finalmente, é provável que nós mesmos não tenhamos consciência da dimensão de nossa responsabilidade no que se refere aos cuidados da igreja de Deus. Consideremos, portanto, não só os privilégios, mas também as responsabilidades dos que pastoreiam, e dos que almejam pastorear o rebanho de Deus.

Art.51 - Compete ao Presbítero:
a) levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder
corrigir por meio de admoestações particulares;
b) auxiliar o pastor no trabalho de visitas;
c) instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância
e da juventude;
d) orar com os crentes e por eles;
e) informar o pastor dos casos de doenças e aflições;
f) distribuir os elementos da Santa Ceia;
g) tomar parte na ordenação de ministros e oficiais;
h) representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e
no Supremo Concílio.

(Extraído da Constituição da IPB).

O Rev. Nelson França é Pastor da IPB de Praia Grande / SP.

SDG - A DEUS TODA GLÓRIA!!!

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