Restaurando a família - pais e filhos




“Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.” 
Lucas 15:24.

Vivemos um tempo em que a família passa por grande crise. Muitos pais simplesmente não estão cumprindo corretamente o seu papel, a sua função dentro de seus lares. Muitos são pais irresponsáveis, frios, ausentes, ruins mesmo com seus filhos. Sem falar a multidão de pais bêbados, drogados, sem o mínimo de moral e ética, que existem em nossa nação. E muitos filhos não querem ser obedientes aos pais, como Deus ordena na Bíblia.

Tentemos entender o que se passou naquele lar. Temos aqui três personagens, o pai e seus dois filhos, aos quais analisaremos conforme o que lemos. Comecemos pelos filhos.

1 – O FILHO PRÓDIGO

Ele era egoísta, materialista, e desejoso dos prazeres mundanos. Um filho não crente, não convertido. E em seu desejo de lançar-se aos prazeres do pecado, ele pede a sua parte da herança com seu pai ainda vivo. Isso seria o mesmo que desejar a morte do pai, ou declarar que para ele, seria melhor ter um pai morto que vivo, assim ele desfrutaria de sua parte da herança. Como lemos, seu pai lhe concede a parte da herança e ele sai de casa e passa a viver dissolutamente, ou seja, sem regras, sem normas, uma vida de total pecado. Mais adiante esse filho se arrependeu e voltou para o seu lar, onde foi recebido com muito amor e festa.

2 – O FILHO MAIS VELHO

Pouco nos é dito desse segundo filho, mas no pouco que lemos podemos ver que ele também tinha seus problemas. Para com seu irmão: ira, mágoa, rancor, falta de perdão, falta de amor. Para com seu pai: ingratidão, falta de comunhão e respeito para com este que tudo lhe dera. Em seu momento de fraqueza ele falou coisas que machucaram seu pai, mas certamente ao ser exortado ele se arrependeu, porque ele não deixou seu lar, ele permaneceu dentro de casa, mesmo sabendo que seu irmão desprezara a família, ele não quis imita-lo, mas ficou ali. Faltou apenas que ele compreendesse que seu pai era mais generoso do que ele pensava.

3 – O PAI

Olhemos agora para o personagem central da parábola.

3.1 - TRABALHADOR, ESFORÇADO. Os bens foram adquiridos ao longo da vida. Se não houvesse esforço e uma boa administração dos bens, não haveria herança, mas contas a pagar. Todo pai honrado diante de Deus e dos homens trabalha, luta, e esforça para dar aos seus um futuro melhor, mas infelizmente nem sempre é assim. Muitos são os exemplos de pais que não dão bom exemplo a seus filhos, outros tantos não os preparam para enfrentar os desafios da vida.

3.2 – INCOMPREENDIDO, MAS PACIENTE. Seus filhos não o compreendiam, por isso ele foi desprezado. O mais novo não tinha aprendido nada com sua lição de vida, antes quis seguir o exemplo dos profanos e dissolutos. Só depois veio a entender que aquele homem era o seu melhor exemplo. O mais velho não compreendeu o seu amor de pai, sentiu-se injustiçado, quando na verdade ele já era possuidor de tudo que seu pai tinha. Mas, apesar da incompreensão de seus filhos ele não perdeu a calma, manteve-se no controle da situação, ensinando, exortando, chorando, amando. Nós também, pais, precisamos ter mais paciência com nossos filhos queridos, precisamos ter calma e controle da situação, crendo que Deus vai tocar no coração de nossos filhos.

3.3 – PAI AMOROSO, PERDOADOR e COMPREENSIVO. Mesmo sendo abandonado, incompreendido e criticado ele continuou amando. Mesmo sendo injustiçado de tantas maneiras ele não negou perdão àquele que se arrependera de suas faltas, e ainda que ele estivesse com seu coração embrutecido pelo pecado, aquele pai o esperava todos os dias. E quando ele voltou arrependido, seu pai o recebeu com seus braços abertos. Muitos pais são violentos e até cruéis com seus filhos. Falta-lhes amor e vontade de perdoar, porque perdão não é mágica, é negação de si mesmo, é amor, é vontade de continuar caminhando lado a lado, assumindo assim a responsabilidade que nos foi dada por Deus.

O conhecido texto de Lucas nos mostra devemos imitar o Pai amoroso que É o nosso Deus. Jesus não contou essa parábola com outras lições apenas, a lição principal é essa: o Deus a Quem servimos é um Deus de amor, misericórdia e perdão. Deus é especialista em restaurar vidas, Ele “pega” o homem desvalido, destruído, encurralado, amordaçado, encarcerado, morto, e lhe dá nova vida, transforma, liberta, restaura, cura as feridas. E devemos imitar o nosso Pai Celestial, que é bom, justo e amoroso!

Conclusão

Nessa parábola a humanidade está representada pelo filho que pede sua parte da herança, estando o pai ainda vivo. Foi um modo bem convincente de dizer: “eu não te amo”; “não me importo contigo”; “preferiria que estivesses morto”; “amo os bens que possuis, mas não amo a ti”; “o meu interesse em estar contigo é o que podes me dar”. Alguma semelhança com o evangelicalismo pragmático moderno, hipócrita e mesquinho? Alguma semelhança com a “teoria da prosperidade”? Muita semelhança!

Deus muitas vezes nos permite dar alguns passos conforme desejamos. Nossa teimosia, arrogância e obstinação só serão contidas se entendermos por nós mesmos que as consequências de algumas decisões que tomamos não compensam. Que abençoados são os filhos que têm a mente firme e forte no intuito de obedecer àquEle que sabe todas as coisas. Para os que são “mente fraca” muitas vezes está reservada a lavagem dos porcos. Foi lá, no chiqueiro, comendo o que os porcos comem (ou só desejando), sabendo que seus sonhos o levaram a essa situação miserável, que o filho pródigo caiu em si. Como desejo que todos os filhos pródigos de hoje caiam em si! Como anseio ver os filhos pródigos que se perderam no mundo de ilusões, retornando para a casa do Pai.

Foi o que ele fez! Num lampejo de sabedoria voltou para seu pai. Abençoada miséria! Deus manda a necessidade para que lembremos que Ele É o nosso sustento, e que sem Ele nada somos.

“E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” Lucas 15:20.

O Pai Celeste também espera a volta de Seus filhos que se acham perdidos. Ele não manipula, convida: “Vinde a Mim”! Ele não odeia aqueles que caíram, mas lhes convida a um retorno à Sua casa. E quando Seus filhos voltam, Ele os abraça afetuosamente.

Observemos a parábola e tiremos lições do que Deus faz na vida daqueles que se arrependem de seus pecados:

“O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos” Lucas 15:22-23.

DEUS LIMPA. Aquele filho estava sujo e malcheiroso, exatamente como ficam os que se enlameiam no pecado. Seu pai vem ao seu encontro e o abraça do jeito que ele estava. Assim Deus faz conosco, nos acolhe do jeito que estamos e então nos transforma. Imagine agora esse moço depois de um bom banho, limpo, barbeado, cheiroso e com roupas novas. Ao invés daquela imundície agora ELE É LIMPO! É isso que Deus faz na vida de quem se arrepende: lava de seus pecados, limpa completamente a sua vida física, moral e espiritual, transforma imundos em LIMPOS. Agora somos o bom perfume de Cristo!

DEUS HONRA. O filho pediu que pudesse ser apenas um empregado. A sua vergonha era tanta que ele não se sentia mais digno de ser chamado de filho, afinal havia desprezado seu próprio pai. Esse é o sentimento de quem cai em si e vê a impureza de seu pecado. Não há mais arrogância ou prepotência, só um sentimento de humilhação perante Deus, e o desejo de servi-Lo sem restrições. E Deus honra Seus filhos. O anel no dedo era um sinal de que ele não havia perdido a sua filiação. Deus não nos trata como mereceríamos - meros escravos - mas como filhos.

DEUS CUIDA. O filho voltou descalço. Aqueles pés estavam sujos e feridos pelas pedras e espinhos do caminho, ele precisava de cura e proteção para caminhar. Seu pai manda que coloquem sandálias em seus pés. Assim também nosso Pai Celeste cuida de cada um de nós, curando nossas feridas e calçando nossos pés com a preparação do Evangelho da paz (Ef 6:15). Curados e protegidos podemos prosseguir na nossa caminhada da vida, pisando serpentes e escorpiões e todo poder do maligno, e nada poderá nos causar dano (Lc 10:19).

DEUS SE ALEGRA. Após tudo isso aquele pai amoroso ordena que se faça uma festa. O motivo: “porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.” (Lc 15:24). E é o próprio Senhor Jesus Quem nos diz: “Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” (Lc 15:10). Tenho a impressão que muitos de nós pensam em Deus como se Ele fosse frio e calculista, sem sentimentos, sem lágrimas e nem alegria. Mas a Bíblia nos afirma que assim como Ele Se entristece por causa dos que se afastam de Seu amor (Mt 23:37; Jo 11:35; Ef 4:30); Ele também Se regozija com o retorno do filho ao lar.

Temos muito que aprender, e vamos aprender! Não existem pais nem filos perfeitos, todos nós precisamos melhorar um pouco mais. Que nossos corações estejam abertos para recebermos de Deus toda direção que for necessária para as nossas vidas.

Existem algumas palavras que nos ajudarão a desenvolver um ambiente melhor em nossos lares, de modo que não hajam crises tão graves, e se houverem sejam vencidas em nome de Jesus. São as seis palavras mágicas do lar:

1.    Palavra de reconhecimento: “Eu reconheço que cometi um erro.”
2.    Palavra de apreciação: “Parabéns, você fez um bom trabalho!”
3.    Palavra de valorização: “Qual é a sua opinião?”
4.    Palavra de gratidão e delicadeza: “Muito obrigado.”
5.    Palavra de altruísmo: “Nós”, e não “eu”.
6.    Palavra de afeição: “Eu amo você!”

Firmemos nossas convicções no amor desse Pai amoroso que é o nosso Deus. Que jamais nos afastemos de Seu infindo amor, cuidado e proteção. E você que está longe da casa do Pai, volte para Ele, receba seu perdão, correção, cuidado, restauração, proteção e amor. Alegremo-nos e sempre no Senhor!

FELIZ DIA DOS PAIS!!!

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