CRISE DA INTEGRIDADE

 

“Então, designou doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar.” Marcos 3:4a.

O mundo passa por muitas crises: água, saúde, educação, desemprego, violência, famílias, etc. Mas há um outro tipo de crise, que afeta muito mais: a crise da integridade. Em nossos dias, o certo está cada vez mais visto como “errado”, e o errado tem se tornado algo “normal”, “certo” de ser praticado. É a famosa lei de “levar vantagem em tudo”. Até muitos cristãos estão vivendo essa crise, certamente por não conhecerem de fato o poder de Deus (dunamis), que flui de uma comunhão real com Sua Palavra. Conhecer a Bíblia na teoria apenas, só acrescenta o juízo de Deus; mas conhece-la intimamente faz toda diferença. John MacArthur, falando sobre essa crise, em “O Poder da Integridade”, afirma:

“A Igreja de hoje tem falta de homens que adotem padrões (...). Muitos dos chamados cristãos se orgulham dos seus padrões, e se gloriam do seu caráter justo, mas abandonam suas convicções quando comprometer-se é mais fácil e lucrativo. Talvez você reconheça um ou mais dos seguintes exemplos:
•    Pessoas dizem crer na Bíblia, mas frequentam igrejas em que a Bíblia não é ensinada.
•    Pessoas opõem-se à desonestidade e à corrupção, até que sejam confrontados por seus chefes e corram o risco de perder o emprego.
•    Pessoas sustentam altos valores morais, até que sua luxúria seja estimulada por uma relação anti bíblica.
•    Pessoas são honestas, até que uma pequena desonestidade lhes renda algum dinheiro.
•    Pessoas mantém uma convicção, até serem desafiadas por alguém a quem admirem ou temam.
(...) Tais comprometimentos não são exceções; têm-se tornado a regra.”

Biblicamente, a Igreja tem o dever áureo de proclamar o Evangelho (kérygma) (Mt 28:19; Mc 16:15; At 1:8). No entanto, ela mesma necessita firmar suas convicções, através de um compromisso inquebrável com a Palavra de Deus. Precisamos buscar um reavivamento da fé cristã nos moldes bíblicos da Reforma, pois ali está o marco histórico em que Deus agiu de modo soberano, e misericordiosamente salvou a Igreja da derrocada das heresias e da idolatria. A Igreja precisa estar atenta para prontamente responder às questões de nosso tempo, através da Verdade bíblica, e isso na visão reformada, que é íntegra e comprometida com a exegese (tradução) e hermenêutica (interpretação) sólidas. Essa visão precisa ser abraçada e praticada pelos pastores e líderes locais das Igrejas, de modo que seja vivenciada de modo real, com compromisso, e transmitida como testemunho verídico de suas convicções, e base do ensino e discipulado do povo de Deus. Essa ação gerará a restauração de indivíduos, segundo a imagem de Cristo, em um discipulado coerente, fazendo com que a identidade cristã – sal da terra e luz do mundo – seja notória. Assim, somente através de um compromisso real com o Evangelho, veremos dias melhores, com mais ânimo e disposição para a realização da obra de Deus, será restaurada a alegria de SER sal da Terra e luz do mundo. Assim se cumprirá Atos 2:47.

O “kérygma”, que é a proclamação da Igreja, está relacionado diretamente com a sua própria identidade: “ser” e “fazer”. Ou seja, o kérygma antes de mais nada é para “ser”, no sentido da experimentação, vivência e prática. Fomos chamados, antes de mais nada, para estarmos com Cristo (Mc 3:14), isso é SER sal e luz, e só foi possível porque o kérygma chegou até nós. Consequentemente o “fazer”, o ato da proclamação, é algo muito natural para a Igreja, porque faz parte de quem ela é, e da obra que Deus fez (e está fazendo) nela através do Evangelho. A Igreja fiel luta pela reconstrução do kérygma, preservando com INTEGRIDADE, a doutrina de Jesus, que é a essência da sua identidade.


A crise da integridade na Igreja, começa quando servos de Cristo não estão plenamente com Ele.

Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
IPB Vila Gerti, S.C.Sul / SP
Pastoral Boletim 30/11/14.


SDG - A DEUS TODA GLÓRIA!!!

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