Lutando pela alegria


Alegrar-se sempre em Deus é um exercício de fé 


“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” Filipenses 4:4.

Você é uma pessoa alegre! Você é feliz? É possível alguém ser alegre e feliz neste mundo de tragédias, fome, guerras, violência, assaltos, arrombamentos, estupros, sequestros, delinquências, milhões de crianças abandonadas, milhões de abortos por ano, doenças e mortes? Sim é possível, pois a alegria que super valorizamos não é relacionada diretamente às circunstâncias, ela é originada e firmada em Deus.


A alegria e a felicidade são dádivas que o mundo vive em busca, todos querem ser felizes, mas buscam a felicidade em coisas que trazem consequências ruins e tristezas permanentes.


Mas os que servos de Deus encaram essas dádivas de um modo direfente. Os problemas podem nos irritar, entristecer e tirar nossa alegria momentaneamente, é verdade, mas mais do que apenas “estar” feliz, ou alegre, é preciso buscarmos SER felizes.


Que alegria é essa?


Não se trata de uma alegria passageira, efêmera e superficial. É uma alegria espiritual, que vem de Deus; por isso podemos entender a expressão "alegria" como sendo algo muito mais elevado do que um momento alegre, mas a própria expressão da felicidade.


Essa alegria é espiritual, procede de Deus e gera força interior em nós. Vejamos o que foi dito sobre ela na Bíblia, em um ambiente hostil e perigoso...


“Portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força.” Ne 8:10b.


O termo utilizado em Filipenses 4:4 nos ensina muito sobre ela:


•    Trata-se de uma ordem, o “alegrai-vos” está no modo imperativo;

•    Trata-se de uma ordem para todos os salvos;

•    Está acima das circunstâncias: “sempre”;

•    Não é sujeita a coisas desse mundo, é “no Senhor”.


O que Paulo viva quando escreveu essas palavras? Paulo não estava vivendo uma situação confortável e segura, ele estava preso (1:12-30), mas ao invés de se abater e desanimar, ele pregou o Evangelho para toda a guarda pretoriana (1:12-14). Ele próprio teve que passar pelo que passou para dizer essas palavras. Ele experimentou a prisão injusta, a solidão e o abandono, a difamação e ameaça de uma morte brutal. A alegria pode ser comparada a um tipo de medidor ou termômetro da nossa espiritualidade e comunhão com Deus. Pois se não vivermos na dimensão dessa alegria que o Senhor nos dá, significa que não estamos vivendo aquilo que Deus preparou para nós, o que talvez seja um indicador de enfraquecimento e pecado. Algo para nos fazer procurar a razão da ausência de alegria e sanarmos quaisquer problemas, reatando assim nossa comunhão plena com o Pai.


A vida de Paulo é uma lição viva de alguém que viveu nessa dimensão de força e poder que vem de Deus. A pergunta que eu te faço: como você encara a alegria cristã em sua caminhada? Você a vê como algo aleatório, de momento, que simplesmente “acontece”, ou algo que você precisa vivenciar por ser uma ordem de Deus?


Como lutamos pela alegria?


É necessário identificar tudo aquilo que pode drenar a nossa alegria. Muito cuidado! Não permita ser roubado! Não peque desprezando essa fonte de força e poder que Deus não só nos concedeu, mas nos ordenou vivermos. Por isso devemos nos precaver. Nesse texto Paulo nos apresenta seis matrizes para que servem para nos ensinar a vivermos e nos mantermos alegres no Senhor. 


1 – Moderação (vs. 5a)

“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens.” Fp 4:5a.


Todas as vezes que ultrapassamos os limites da moderação nos expomos a dores e sofrimentos interiores que roubam a alegria de ser filho (a) de Deus. A moderação em tudo é boa, e quem não sabe ser moderado geralmente peca e sofre, como resultado há um “derretimento” da alegria.


2 – Lembrar sempre que Deus está perto (vs. 5b)

“Perto está o Senhor.” Fp 4:5b.


Se nos esquecermos disso eventualmente agiremos como se Ele não visse, não soubesse o que se passa conosco. Deus É onipresente, e mais, Ele está conosco porque nos ama e cuida de nós. Ele nunca nos desampara. Isso serve tanto para nos dar paz nos momentos de crise como também para nos afastar de situação de perigo onde eventualmente estaríamos nos aproximando perigosamente do pecado, nos expondo a circunstâncias que em si mesmas já são pecado e podem nos levar a coisas ainda piores.


3 – Não aceitar a ansiedade (vs. 6a)

“Não andeis ansiosos de coisa alguma” Fp 4:6a.


Esse é um dos maiores ladrões da alegria. Todos nós precisamos saber lidar com a ansiedade em nossa caminhada. Há momentos em que a preocupação é boa e até nos ajuda e impulsiona a caminhar, pois se não houver nenhuma preocupação quanto ao amanhã nos tornamos ociosos e acomodados. Mas o problema e quando a preocupação ocupa um espaço além do que deveria ter, e torna-se ansiedade. O remédio contra a ansiedade é apresentado por Jesus em Mateus 6:25-28, quando Ele nos diz para descansarmos em Deus. Mas existe um método muito prático para alcançarmos esse descanso: a oração. E é disso que Paulo fala a seguir.


4 – Oração (vs. 6b)

“Em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.” Fp 4:6b.


Aqui aprendemos que há tipos de oração e modos de orar: petições, orações, súplicas e ações de graças. Temos que pedir, é ordem de Deus “pedi e dar-se-vos-á”, e fazemos isso orando. Precisamos aprender a orar. Muitas vezes devemos entrar em um nível mais íntimo e profundo de oração: as súplicas. Lembremos de Ana em 1 Sm 1 que orava com intensidade. Ela estava muito triste, atribulada de espírito (1 Sm 1:14), mas em 1 Sm 1:15 está escrito que ela derramava sua alma perante Deus, ela estava suplicando. E após esse tempo na presença de Deus 1 Sm 1:18 nos diz que “o seu semblante já não era triste”. Sem dúvida a oração nos aproxima de Deus, precisamos aprender a orar mais e melhor. Nesse mesmo texto nos é ensinado outro recurso para conter a ansiedade que rouba a nossa alegria: “ações de graças” (Fp 4:6b). Ao orarmos devemos já agradecer por aquilo que oramos na certeza de que Deus cuida de nós, independentemente do tempo ou modo como Ele vai nos responder, sabemos que Ele vai nos responder, e que a Sua vontade é boa perfeita e agradável (Rm 12:2).


5 – Viver a dimensão da paz de Cristo (vs. 7)

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” Fp 4:7.


A paz de Cristo é espiritual. Todas as vezes que estamos vulneráveis essa paz parece se esvair de dentro de nós. O que rouba a sua alegria é o mesmo que rouba a sua paz, porque a paz é o caminho pelo qual o Senhor nos concede a alegria. A paz de Cristo é um árbitro (juiz) em nossos corações (Cl 3:15), ela é que nos dá a sensação e o discernimento de que estamos vivendo de acordo com a vontade de Deus. E Fp 4:7 nos ensina que essa paz deve permear e guardar três áreas vitais de nossa vida: entendimento, coração e pensamentos.


O entendimento aponta para o modo como interpretamos a vida e o mundo, nossa cosmovisão. Isso faz-nos pensar em quem nós somos diante de Deus. Essa é uma das áreas mais nevrálgicas do ser humano, porque quem não sabe quem é pode ter grandes problemas de identidade e auto estima, poderosos ladrões da alegria.


O coração nos aponta para os sentimentos e vontades. O coração é o centro de comando de nossa vida, decisões e vontades. Ora, se a paz de Cristo não comandar essa parte tão vital de nosso ser, tomaremos decisões e agiremos de modo a não ter alegria com nossas decisões. Ou poderemos ser pessoas tristes e infelizes com o que temos e somos. Ora meus irmãos, não deixemos que as coisas desse mundo dirijam nossos corações, mas submetamos o nosso coração a Deus e Ele nos iluminará e nos dará a Sua paz. Jeremias 17:9-10 nos ensina que o nosso coração por si só é enganoso e desesperadamente corrupto, e que somente Deus pode conhecê-lo. E em Provérbios 23:26 o Senhor nos diz: “Filho meu, dá-Me o teu coração”, ou seja, precisamos praticar isso voluntaria e obedientemente, com alegria, pois se Deus tem o melhor para nós.


A nossa mente é a sede de nossas ideias, planos e idealizações. É na mente que ocorrem pensamentos que se tornarão ações. O entendimento e o coração devem ser guardados pela paz de Cristo, juntamente com a nossa mente, porque nela é que raciocinamos e entendemos a vida, o mundo, e especialmente a Palavra de Deus, que é luz e que nos ilumina o interior de nossa mente. A mente humana é semelhante ao um campo de batalhas, é aí que acontece grande parte da terrível guerra espiritual que travamos todos os dias contra o maligno. É na mente também que negociamos valores e disposições interiores que fluirão em nossa vida, lar, família, negócios, relacionamentos, etc. Por isso que o próximo item trata dos pensamentos.


6 – Controlando os pensamentos (vs. 8)


Terminando esse ensinamento, a Palavra nos aponta algumas coisas que devem ocupar o nosso pensamento, lembrando que eles são a junção, o fruto entre o que entendemos acerca do mundo e da vida (cosmovisão), nossas experiências e sentimentos. Aqui podemos identificar vários ladrões da alegria.


“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filipenses 4:8.


Reforçando o que fora dito no verso anterior, Paulo agora trada acerca dos pensamentos. Eles são como fruto do nosso entendimento e nossos sentimentos. Eles também precisam ser guardados pela paz que vem de Cristo, pois eles podem nos trair. Em Colossenses 2:8 o Senhor nos manda tomar cuidado com as filosofias desse século, porque elas podem entrar em nossos pensamentos e nos ludibriar, nos afastando da alegria que o Senhor nos dá. Essa também é uma área onde o inimigo parece ter como nos tentar colocando ali imagens e ideias (pensamentos) que podem nos levar para longe de Cristo, roubando assim a nossa alegria. Vejam o que diz 2 Co 10:4-5.


⁴ Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas

⁵ e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,  


Terminando esse ensinamento, a Palavra nos aponta algumas coisas que devem ocupar o nosso pensamento, lembrando que eles são o fruto, a junção, o fruto entre o que entendemos acerca do mundo e da vida (cosmovisão), e nossos sentimentos. Aqui podemos identificar vários ladrões da alegria.


“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filipenses 4:8.


Conclusão


Podemos vencer e destruir os ladrões da alegria, esses inimigos que são tão reais, e que literalmente roubam a alegria dos filhos de Deus de pertencerem a esse Ser tão maravilhoso e poderoso que é o nosso Senhor. Notemos, no entanto, que isso exige de nós atitudes práticas e firmes. Do contrário seremos roubados.


Você é uma pessoa alegre? O que mais alegra seu coração? Hoje reforçamos o aprendizado de que Deus quer que sejamos alegres nEle, através dEle, com Ele. Então meus amados, encerro exortando-vos...


  • Que a paz e a alegria sejam guiadas e nutridas somente em Deus. 

  • Que as alegrias aqui deste mundo – família, igreja, realizações e vitórias - sejam sempre abençoadas por Deus. 

  • Que nada que entristece a Deus seja alvo da alegria e satisfação. 

  • Que a alegria seja sempre abençoada por Deus.

  • E que essa alegria que vem de Deus nos fortaleça a cada dia em nossa vida espiritual.


SDG – Somente a Deus glória!!!

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