O Breve Catecismo - O Que é Pecado


Pergunta 14: “O que é pecado?

Resposta: “Pecado é qualquer falta de conformidade com a Lei de Deus ou qualquer transgressão desta Lei.” (1 João 3:4; Tiago 4:17; Romanos 3:23).

Definição de pecado
A doutrinação basilar contida na resposta acima define o pecado como:

1 - Pecado de ação. Transgressão da Lei de Deus. Prova bíblica: “Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a Lei; porque o pecado é transgressão da Lei.” (1 Jo 3:4).

2 - Pecado de omissão. Não praticar o bem quando se sabe e quando se pode. Testemunho escriturístico: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem, e não o faz, nisso está pecando.”(Tg 4:17). Deixar, conscientemente, de realizar o que é correto, justo e santo, quando se tem oportunidade e possibilidade de fazê-lo, é pecado por omissão.

Além das definições do Breve Catecismo, podemos explicar o pecado de outras maneiras. Eis algumas delas:

A - Perder o caminho, errar o alvo, fracassar moral e espiritualmente, desviar-se. É o caso do filho mais novo na parábola do filho pródigo (Lc 15:11-32). Ao declínio moral, e como consequência, segue-se o fracasso espiritual. Somente a conversão pode restaurar-lhe à condição de filho e reconciliá-lo com o Pai ofendido e menosprezado. A sua condição retrata a de todos os seres humanos, “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Rm 3:23).

B - O desamor a Deus e ao próximo. Jesus, o sapientíssimo Mestre, resumiu todos os mandamentos decalogais em apenas dois: 1 - “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”; 2 - “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:37,39). Portanto, quem não ama a Deus com amor superlativo, exclusivo e incondicional, não expressando tal amor em adoração, submissão e serviço, e não ama o seu próximo como a si mesmo se ama, com o objetivo maior de dignificá-lo, honrá-lo, ajudá-lo e confraternizar-se com ele, certamente está pecando pela quebra de toda a Lei. O amor se expressa concretamente nas atitudes e nas práticas. O verdadeiro ágape, como Deus o requer, vai além, muito além da verbosidade romântica, das alocuções laudatórias de liturgias elaboradas, do misticismo carismático, eivado de ludinismo (corrompido pela diversão) e hedonismo (busca do prazer), de personalismo (tudo que é pessoal, subjetivo, que tem o indivíduo como referência de tudo que ocorre à sua volta) e materialismo (maneira de viver extremamente devotada aos bens, valores e prazeres materiais). Vejam o que nos diz Paulo: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” (1 Co 13:1-3). O amor, pois, é o dom dos dons, o cerne da vida cristã, o meio essencial de submissão a Deus, o único elo real de ligação com o próximo.

C – Incredulidade. O Novo Testamento afirma categoricamente que a redenção depende da fé salvadora, um dom especialíssimo que o Salvador concede aos Seus eleitos. Os que creem em Cristo estão salvos. Os incrédulos permanecem perdidos: “Quem nEle crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (Jo 3:18, cf 15-18,36; 5:24; 6:40,47; 11:25-26; Mc 16:16; Lc 8:50; At 4:32; 10:43; 13:39; 16:31; Rm 1:16; 9:33; 10:10-11). A justificação, pois, segundo os escritos neotestamentários, é realizada por Deus, em Cristo Jesus, no escolhido mediante o dom da fé: “Visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Rm 1:17, cf Hc 2:4; Mc 5:34; 10:52; At 15:9; 26:18; Rm 3:28; 5:1; 1 Co 15:17; Gl 2:16; 2:20; Ef 2:8; 1 Pe 1:15). E em Hebreus 11:6 lemos: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que Se torna galardoador dos que O buscam.” A incredulidade, pois, é a forma mais contundente de pecado, o mais radical desvio da criatura de seu Criador. O incrédulo, sendo um contumaz opositor de Deus, já está condenado. No polo oposto encontra-se a fé em Jesus Cristo, único meio de justificação e de eternização do homem. A fé redentora, porém, é prudente que se enfatize, provém da misericórdia de Deus e atinge o pecador completamente inabilitado para salvar-se. O pecado da incredulidade é involução espiritual, entronização e materialização do ego, idolatrização do senso religioso natural, provocando o desvio da adoração ao Criador para a da criatura, a radical sensorialização do ser humano, a eliminação ou perversão da espiritualidade.

Deus, pelo dom da fé aos Seus escolhidos em Cristo, não elimina o pecado original, mas impede seu pleno afloramento mais perverso, a incredulidade, pelo controle e inibição de sua fatuidade e readmissão do pecador à família de Cristo como filho redimido.

Comentários do Pr. Onézio Figueiredo.

IPNA culto 31/05/17
Igreja Presbiteriana Nova Aliança
Rua Álvares Fagundes, 102, Americanópolis, São Paulo.

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