As Sete Palavras da Cruz de Cristo (4) “Deus Meu, Deus Meu, Por Que Me Desamparaste?”



“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mateus 27:46.

As três primeiras palavras da Cruz de Cristo revelam o Seu amor e compaixão para com as pessoas. Nas quatro últimas palavras da Cruz encontramos Jesus orando ao Pai e falando de Seu sofrimento e a plena realização Sua obra.

Nas três primeiras palavras vemos o Seu altruísmo, o amor ágape, a Sua compaixão expressa nas intercessões e cuidado para com os Seus. Nas quatro últimas palavras vemos o sofrimento do DEUS-HOMEM, Sua vitória e triunfo na Cruz, e Seu sacrifício perfeito. Perfeitamente homem Ele sofreu emocional e fisicamente como ninguém. Perfeitamente Deus Ele sofreu espiritualmente o peso, a culpa, a penalidade e a dor de nossos pecados.

Essas são as palavras finais da Cruz de Cristo. Relembrando:
1ª palavra - “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” – Intercessor.
2ª palavra - “Em verdade te digo que hoje estarás Comigo no Paraíso” – Salvador.
3ª palavra - “Mulher, eis aí o teu filho” ... “Eis aí tua mãe” – Provedor.

E hoje a quarta palavra que Jesus disse na Cruz, antes de enfrentar a morte, em nosso lugar:
“E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mateus 27:46.

Aqui vemos uma citação de Salmos 22:1 em sua forma aramaica, exceto que Eloi (Mc 15:34) foi reconvertido para o hebraico Eli. Este clamor pode refletir o abandono experimentado por Jesus ao tomar sobre Si os pecados do mundo (2 Co 5:21). (A Bíblia Anotada, Editora Mundo Cristão).

Jesus já estava crucificado há cerca de três horas sofrendo seus últimos momentos na Cruz, demonstrou um misto de dor e aflição, citando as palavras dos Salmos 22:1, e cumpriu-se o que havia sido profetizado em Sl 69:21. Ele foi traído por Judas Iscariodes e preso de madrugada, quando estava orando no Jardim do Getsêmani, na companhia de Seus discípulos, se bem que eles não conseguiram manter-se acordados (Mt 26:40). Foi julgado por judeus e romanos, e o condenaram à morte por crucificação juntamente com dois ladrões. Foi surrado ostensivamente pelos soldados romanos, estava muito ferido, machucado, com vários cortes pelo corpo, dilacerado e sangrando. Quando O chicotearam, partes de sua pele e de sua carne foram arrancadas, porque o chicote usado pelos soldados tinha pedaços de ossos e metais nas pontas. Ele sofria terríveis dores. Ele foi ultrajado, humilhado, zombado. Para completar a Sua dor, colocaram nEle uma coroa de espinhos pontiagudos que se encravaram em Sua cabeça fazendo-O sangrar e sofrer ainda mais... A dor que Ele sentiu é inimaginável, pois não era somente uma dor física. Se assim fosse já seria a dor mais terrível que um ser humano suportou, porém, era a minha e a sua dor, aquela era a nossa Cruz, nossa coroa... Ali estava todo o peso dos nossos pecados sobre Ele. Ele tudo sofreu, tudo suportou, tudo pagou por amor a nós.

Jesus estava totalmente desamparado, humilhado, e agora Ele sentiu uma dor que ainda não havia sentido e que jamais sentirá: a dor do desamparo Divino. 

Amparo = apoio, defesa (presença). 
E por que o Pai o desamparou? Por que O deixou? Por que Ele precisou ser deixado tão só naquela Cruz?

Sabemos que Deus não O defendeu e até Se retirou dEle, porque Ele levava sobre Si naquela Cruz, todo o nosso pecado, toda a nossa iniquidade. E se Deus interviesse e O livrasse daquela Cruz maldita, todo o plano de Deus para salvar o Seu povo estaria acabado.

Em Mt 26:53-54 quando Jesus foi preso Ele mesmo disse:
“Ou pensas tu que Eu não poderia agora orar a Meu Pai, e que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?”

E também em João 10:17,18 Ele já havia dito: 
“Por isto o Pai Me ama, porque dou a Minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de Meu Pai.”

Ali se cumpria o que está escrito em Isaías 53:5:
“Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados.” (Pisaduras = contusões, ferimentos).

Deus é santíssimo, e nesse momento, o Deus Pai afastou-se dEle porque Deus não poderia contemplar o nosso pecado que estava sobre Ele.

1 – Jesus suportou a pior das dores, o pior sofrimento, que foi estar separado do Pai Celeste

O grito desolado de Jesus é o cumprimento de Salmos 22:1, mostrando a profundidade do sofrimento que Ele experimentava ao sentir-Se separado de Seu Pai. Posteriormente, os Apóstolos perceberam que Jesus estava suportando o horror da ira do juízo de Deus sobre o pecado. Este foi, de todos, o mais agonizante dos sofrimentos daquEle cujo relacionamento com o Pai era perfeito em amor. (A Bíblia de Genebra).

Jesus é ao mesmo tempo perfeitamente Homem, e perfeitamente Deus. Ele traz em Si duas naturezas, a divina e a humana. Como Deus que Ele é, sabia de sua missão e a obra que tinha sobre Si. Mas como Homem, sofreu amargamente aqueles momentos na Cruz, onde o tempo parecia que não queria passar. Se o inferno é estar separado de Deus, então Jesus sofreu horrores infernais naquele momento, pois o Pai Se ausentou dEle, o Pai virou o Seu rosto e não olhava mais para Ele naquele momento de profunda dor e solidão. Não que o Pai Se agradasse disso, mas foi por amor que Ele assim o fez, conforme conhecemos o que está revelado em João 3:16. E Jesus passou por isso em nosso lugar, pois agora, jamais o Pai nos abandona, Ele sempre está conosco através do sacrifício de Jesus.

2 – Jesus não Se rebelou contra o Pai, mas confiou em Seu plano eterno e em Seu amor

Mesmo estando sob tamanho sofrimento e desamparado, mesmo sofrendo terrivelmente dores e horrores espirituais, Ele disse: “DEUS MEU, DEUS MEU”!!!

Jesus não deixou o Pai, Ele disse: “Deus MEU, Deus MEU”. Mesmo sofrendo o maior de todos os sofrimentos que alguém sofreu, e até sentindo-Se desamparado como Ele estava, mesmo estando só e aflito, em meio às trevas que cobriram a Terra, e pregado na nossa Cruz, Ele ainda se referiu a Deus dessa forma: “Deus MEU”, ou seja: “Tu és o MEU Deus”. Ele sabia que depois de tudo aquilo que Ele estava passando, que depois de Seu sofrimento Ele iria ressuscitar e seria recebido na glória celestial. Apesar de tudo que passou Ele não desistiu, não Se rebelou, não Se irou contra aquEle que permitia todo Seu sofrimento, pois Ele sabia que havia um objetivo naquilo tudo, e que todo aquele sofrimento era necessário para que se cumprisse o plano eterno da salvação de Deus para todo o Seu povo. Ele creu que Deus era suficiente para sustenta-lo.

Conclusão

Jesus honrou ao Pai. A questão da honra em nossos dias. Honrar a Deus é não se rebelar, não abandonar a fé, não se vender, mas ter caráter e integridade.

Entendamos essa dimensão do amor do Pai, que sacrificou o próprio Filho para nos salvar. Não se trata de fábulas ou mitos, esse é um amor real e verdadeiro. Qual é a nossa resposta a esse amor?

Abracemos firmemente a nossa salvação e a nossa comunhão com Deus. Ela é mais preciosa do que ouro, vale mais do que tudo em nossas vidas. Busquemos ter um relacionamento mais vivo e abundante com o Senhor.

Nós jamais seremos desamparados como Ele foi. Jesus passou por tudo isso para nos livrar. Alegremos e regozijemo-nos nEle!

Estejamos alertas para as consequências nefastas para quem não abraçar esse amor, para que se desviar pelo caminho. 

“Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos. Porque se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” Hebreus 2:1-3.

Ainda que passemos por provações, creiamos na realidade de que Deus é o nosso Deus. Não o abandonemos JAMAIS, mas falemos com Ele como Jesus falou, “Deus Meu!”.

Material de apoio: A Bíblia Anotada; Bíblia de Genebra.

Por: Paulo Sergio Visotcky da Silva

Soli Deo Gloria!!!

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